“Todo mundo tem sua palavra perdida”, diz escritor Fábio Yabu

Publicado em 23 de junho de 2012 às 13:59
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Encerrando a Semana Literária 2012 do Colégio Dante Alighieri, o escritor e ilustrador Fábio Yabu falou ao 5º ano sobre o livro “Apolinário – o homem dicionário”, na sexta-feira, 22 de junho. Na verdade, Fábio promoveu um bate-papo com os alunos, respondendo às perguntas que as crianças lhe faziam.

Antes, porém, apresentou rapidamente o livro – os alunos do 5º ano já trabalharam a obra no primeiro semestre. “Apolinário” conta a história do personagem-título, que, depois de descobrir um dicionário mágico, passar a conhecer todas as palavras da língua portuguesa, com exceção de uma. É justamente a busca por essa “palavra perdida” que move a trama.

“Essa busca todo mundo tem. Você percebe que está faltando algo e vai atrás. Não precisa ser só um grande amor. Pode ser um conhecimento, um lugar. Todo mundo tem sua palavra perdida. Basta procurar, que irá encontrar”, disse o autor. Os alunos, mais do que depressa, perguntaram qual seria a “palavra perdida” do escritor. “Minha grande motivação foi conhecer minha esposa. Ela é minha palavra perdida: Gica [apelido da mulher de Yabu]”, afirmou.

Yabu comentou que, no começo da história, Apolinário é uma pessoa amargurada, que deseja que todos falem o português corretamente. “O conflito do Apolinário é achar que só a norma culta está certa. Todo mundo fala português, mas, mais do que isso, todo mundo fala a língua do coração.”

Segundo o escritor, as ilustrações do premiado Daniel Bueno no livro também seguem a variação no estado de espírito do protagonista. “Quando o Apolinário encontra a palavra perdida, o mundo ganha cor”, disse. O livro ainda tem prefácio do criador da Turma da Mônica, Maurício de Sousa.

Para Yabu, devido a essa temática da busca por algo que dê sentido à vida, “Apolinário” é um livro para todas as idades. “Recebo emails de adultos falando sobre o livro. É para todas as idades”, disse.

O escritor ainda respondeu sobre a presença de episódios autobiográficos em sua obra e sobre suas influências (Lygia Bojunga e Neil Gaiman, por exemplo). Yabu também antecipou seu próximo projeto: um livro sobre o imperador Dom Pedro II.

Durante uma das quatro palestras que proferiu no Dante, Fábio Yabu ouviu uma sugestão de um estudante: colocar menos figuras em seus livros para dar mais espaço para a imaginação de quem lê. O escritor aprovou a ideia.

“Isso depende da história. Mas é uma ideia para se pensar essa de colocar menos figuras”, disse. “É legal receber sugestões de leitores, pois você escreve enclausurado e não sabe o que o leitor deseja”, afirmou.

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