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A autora Miriam Portela, que escreveu o livro infantil “O pintor da Lua”, veio ao Colégio Dante Alighieri na quarta-feira para falar de sua obra e carreira para os alunos do 3º ano durante a chamada Semana Literária, evento em que as crianças se encontram com os autores dos livros indicados para leitura. Em companhia da escritora estava o pintor Claudio Canato, responsável pela ilustração do livro, que também falou de seu trabalho.
Miriam, jornalista por formação, já trabalhou na TV Cultura, TV Bandeirantes e Jornal da Tarde exercendo diversas funções, como apresentadora, editora e chefe de reportagem. No entanto, essa não era exatamente a carreira que ela queria.
“Eu falava, desde os nove anos, que queria ser escritora. Já escrevia, inventava e ficava em frente ao espelho interpretando diversos personagens. Mas todos diziam para eu ser jornalista, que seria a formação mais próxima possível do que eu queria”, explicou. “Aos poucos, fui cansando do jornalismo e dei mais foco ao ofício de escritora, além de outros trabalhos. Mas pretendo, em breve, ser somente escritora.”
A escritora falou da fonte de inspiração para a produção do livro – a obra “O Pintor da Lua”, de Marc Chagall – e falou, também, da liberdade que os autores têm para escrever. “No começo, indaguei como o personagem subiria à Lua, mas, conforme escrevemos, a história cresce e conseguimos respostas. Quando escrevemos temos a liberdade de tornar os sonhos realidade. Podemos fazer o que quisermos, mas respeitando o leitor, principalmente as crianças, que são muito mais exigentes que os adultos. Se escrevemos alguma besteira, elas pegam no nosso pé”, afirmou.
Canato, responsável pelas representações da obra “A Divina Comédia” e da vida de Leonardo da Vinci pintadas nas paredes do Colégio, contou às crianças que o convite para ilustrar a obra veio a calhar, já que ele sempre gostou do céu, e explicou o processo de criação dos desenhos. “Foi difícil criar o Zeca [personagem principal], então eu li bastante, fazendo as imagens aparecerem na cabeça. Fiz vários desenhos antes de chegar à versão definitiva, testando vários modelos de personagem com diversas expressões, e pesquisei bastante o espaço para poder fazer as ilustrações”, afirmou. “É muito gostoso trazer a ideia da cabeça para o papel, tornar a ideia real. É um jeito de fazer algo imaginário ser lembrado para sempre.”
Miriam também sugeriu aos alunos que exercitem a criatividade e, em especial, guardem seus trabalhos. “Nunca joguem fora o que vocês pintarem e escreverem. Achei, recentemente, livros de poesia que escrevi com 13 anos, e foi muito engraçado lê-los”, afirmou a escritora, que considera a memória uma boa referência a quem pretende seguir em ramos que exigem o exercício da criatividade.
