Em palestra, escritor Ricardo Azevedo incentiva 4º ano a inventar histórias

Publicado em 21 de junho de 2012 às 13:40
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Os alunos do 4º ano do Colégio Dante Alighieri estavam inquietos no auditório Guglielmo Raul Falzoni na quarta-feira, 20 de junho. Afinal, após lerem o livro “Uma velinha de óculos, chinelos e vestido de bolinhas brancas”, as crianças poderiam, naquele dia, questionar o autor Ricardo Azevedo a respeito dos enigmas da obra, que conta a história de uma misteriosa senhora.

Na trama, seis amigos veem uma “velhinha” saindo de uma casa. Com poucas informações sobre ela, cada garoto imagina uma história para a vida daquela mulher. Curiosos, os alunos do Dante queriam saber quem era aquela senhora. Ricardo Azevedo explicou, então, como surgiu a personagem.

“Um dia, eu estava andando de moto e vi aquela mulher, que tinha uma energia muito forte. Pensei, então, quem seria ela. Cheguei em casa e comecei a escrever uma história sobre quem seria aquela mulher”, afirmou o autor, que negou ter descoberto a identidade da “velhinha”. “Nunca soube. E é gostoso não saber, porque ela acaba sendo imaginária. Mas se eu a imaginei é porque ela me emocionou”, diz.

Imaginação e Criatividade

A história de “Uma velinha de óculos, chinelos e vestido de bolinhas brancas”, ao deixar em aberto como seria a vida da protagonista, sugere um espaço para a imaginação, inclusive do leitor. E é isso que Ricardo Azevedo exalta: o poder de inventar, criar uma narrativa.

“Eu gosto é de inventar histórias”, diz ele. “A criação vem por muitos caminhos. Tenho certeza que vocês são criativos. Na escola, vocês devem aprender a desenvolver essa criatividade. E, para isso, só tem um jeito: trabalhar.”

Em proveito do incentivo à imaginação, o autor se diz contra o que chama de uma “didatização” do livro de ficção. Ou seja, passar determinada obra ao aluno e cobrar a leitura em uma prova, exigindo respostas “certas” para as questões. “A leitura de ficção é um momento de criatividade do aluno, uma hora para ele ter uma interpretação diferente da apresentada pela professora e para ter argumentos para justificar sua posição”, afirmou.

Perguntas

Durante a palestra, que fez parte da Semana Literária 2012 do Dante, o que não faltou foi aluno de mão levantada para fazer uma pergunta a Ricardo Azevedo. Questionado sobre qual seria seu melhor livro, o autor disse que essa eleição cabe a cada leitor.

“O melhor livro quem elege é o leitor. Você pode gostar mais de um livro, e outro leitor gostar mais de outro. Eu fiz o melhor que pude em todos os livros que escrevi”, disse. “Mas, se for falar do mais importante, talvez seja o primeiro, ‘O peixe que podia cantar’, porque ele me possibilitou um novo caminho, que foi ser escritor, mudou o rumo minha vida”, afirmou Azevedo, que também é ilustrador. “É muito legal fazer desenho. Eu plantei no meu terreno as possibilidades de escrever e desenhar.”

Na parte final da palestra, um aluno questionou se poderia ser um escritor no alto de seus 9 anos. Ricardo Azevedo lhe respondeu que talvez ainda fosse cedo. “Com essa idade, você pode se preparar para ser um escritor. Não se preocupe em publicar. Mas escreva, vá treinando”, afirmou. “E use suas ideias, que é a melhor coisa que você faz”, completou.

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