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Em uma atividade multidisciplinar, que envolveu os departamentos de Geografia e de Italiano, 110 alunos do 7º ano do Ensino Fundamental do Colégio Dante Alighieri visitaram o bairro de Santa Olímpia, local onde vivem imigrantes italianos e seus descendentes na cidade de Piracicaba.
A primeira turma, composta por 71 alunos, visitou a cidade em 1º de setembro, enquanto 39 estudantes conheceram o local no dia 29 do mesmo mês. No bairro de Santa Olímpia, vivem cerca de 900 pessoas de oito famílias provenientes da região de Trentino, no nordeste da Itália.
Essas famílias chegaram ao Brasil no final do século XIX e, até os dias de hoje, mantêm a cultura e as tradições italianas no bairro onde vivem. Assim, segundo o professor Everaldo Marino Velardi, coordenador do Departamento de Geografia, os alunos puderam verificar um exemplo de movimento migratório, bem como as alterações que esses imigrantes e seus descendentes realizaram no espaço desde que lá estão.
Para a atividade, cada aluno recebeu um caderno, a fim de realizar um estudo de campo. O material já continha algumas instruções, mapas e questões, deixando, porém, lacunas para os alunos completarem e responderem com as informações coletadas durante o passeio, que incluiu passagens por um canavial, pela nascente de um rio (para reconhecer elementos topográficos de uma bacia) e pela produção de uvas.
Tradições italianas
No caderno, os alunos também fizeram anotações relacionadas ao aprendizado de italiano, como a preservação da cultura dos imigrantes, manifesta, por exemplo, na atividade do coral do bairro de Santa Olímpia.
Além da atração musical, os estudantes também assistiram a danças típicas da Itália, sem falar na degustação de pratos da culinária do país europeu, como gnocchi e spaghetti . Os moradores do bairro ainda contaram a história de suas vidas, bem como falaram para os alunos sobre a distribuição das famílias pelo Santa Olímpia.
Ao final das atividades, os alunos devolveram os cadernos de campo aos professores para correção e atribuição de notas (pontos extras, uma vez que a participação na excursão era opcional). “O caderno é uma forma de envolver os alunos na atividade, de fazê-los fixarem o conhecimento, guiados pelas questões formuladas pelos professores. Eles (estudantes) tinham que responder, por exemplo, como era feita a plantação de uvas, qual era o destino da produção”, explica o professor Everaldo. “As crianças ficaram contentes, tiveram um envolvimento grande com a atividade e aprenderam muito”, avaliou.
A professora Angela Angoretto, coordenadora do Departamento de Italiano, também ficou satisfeita com o resultado da viagem. “[A atividade] foi muito boa, principalmente na parte cultural, pois os alunos viram de perto exemplos de comida, música e vestimenta italianas. E também ouviram e cantaram em italiano”, disse.
A aluna Isabelle Martins Tremeschini gostou do contato com as famílias do bairro. “Eu também sou descendente de italianos, então foi legal conhecer mais sobre eles. As roupas que eles (do bairro) usam em dias de festa, de comemoração, são bem diferentes”, afirmou.
Já o estudante Guilherme Saraiva Gomes destacou o passeio de trem que os dantianos também fizeram pelo bairro. “Depois fomos moer cana, foi legal”, disse o aluno, para quem o caderno de campo ajudou a fixar mais os conhecimentos adquiridos durante a viagem.
