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O Departamento de História do Colégio Dante Alighieri realizou, em 19 de fevereiro, o módulo “A questão da integração do negro na sociedade norte-americana”. Na ocasião, os alunos da 3ª série do Ensino Médio assistiram ao filme “Histórias Cruzadas” (The Help), receberam explicações dos professores Jackson Fergson Costa de Farias e Lucas Kodama e ainda puderam debater o tema.
O filme “Histórias Cruzadas” mostra o drama de empregadas domésticas negras na cidade de Jackson, no estado do Mississipi, nos anos 1960, época da luta pelos direitos civis nos Estados Unidos. Devido à cor da pele, elas sofriam todo tipo de preconceito e humilhação por parte das patroas – como serem obrigadas a usar um banheiro fora da casa por questões de “saúde”.
Após a exibição do filme, os professores explicaram o motivo pelo qual escolheram “Histórias Cruzadas”. “Há muitos filmes, como ‘Mississipi em chamas’, que mostram a violência contra os negros de modo mais explícito. Já ‘Histórias Cruzadas’ é mais intimista”, disse Lucas Kodama, tendo sua fala complementada pelo professor Jackson.
“’Histórias Cruzadas’ não fala da violência física, que é óbvia. Trata de uma violência que é mais fácil de ser tolerada: contra a empregada, contra a mulher, a violência da exclusão, das palavras”, disse o professor Jackson, destacando, porém, que o filme também faz referências a personagens importantes da luta pelos direitos dos negros nos Estados Unidos, tais como Medgar Evers, Martin Luther King, Malcom X, Panteras Negras e John Kennedy.
Os professores apontaram como ponto central do filme a alteridade (a forma como enxergamos o outro). “O filme trata da questão de ouvir o outro: o que o outro pensa, o que ele quer falar”, disse Lucas Kodama.
Debate
Com a abertura do debate, o professor Jackson propôs uma questão: falar sobre os Estados Unidos é fácil. Mas e quanto a nós, brasileiros, como lidamos com o racismo e com o preconceito em geral nos dias de hoje?
O professor citou problemas como a invisibilidade social (o fato de determinada pessoa ser ignorada socialmente pela profissão que ela tem, por exemplo) e pediu que os alunos pensassem no momento atual brasileiro.
Bruno Medeiros, aluno da 3ª série D, gostou do questionamento proposto no debate. “Achei interessante eles [os professores] fazerem um paralelo do racismo nos Estados Unidos com a realidade brasileira. Serviu para abrir nossos olhos para o que acontece aqui no Brasil. Gostei da forma como o assunto foi abordado”, disse.
