Módulo de História trata de Vargas ao Golpe Militar

Publicado em 26 de novembro de 2013 às 17:42
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Os professores Jackson Farias e Lucas Kodama, do Departamento de História do Colégio Dante Alighieri, ministraram o módulo “A era Vargas e os governos populistas” para a 3ª série do Ensino Médio em 5 de novembro. O conteúdo da atividade abrangeu desde a Revolução de 1930 até o Golpe Militar de 1964.

Os professores explicaram os antecedentes e o desenrolar da Revolução de 1930, passando pela construção da figura de revolucionário de Getúlio Vargas e pelas linhas gerais da administração federal do político gaúcho.

Foram destacadas as medidas populistas tomadas por Getúlio, tanto no campo trabalhista quanto em outras áreas, na tentativa de personificar os interesses de toda a sociedade brasileira.

Na sequência, os professores falaram sobre a Revolução Constitucionalista de 1932 – revolta dos paulistas contra Vargas, em que reivindicavam uma Constituição. Getúlio venceu o confronto, mas cedeu e elaborou a Constituição de 1934. O surgimento da Ação Integralista Brasileira (ANL), a Lei de Segurança Nacional (que estabelecia a censura) e a extradição de Olga Benário também foram explicados.

Estado Novo

Os professores passaram então a tratar do forjado Plano Cohen, que proporcionaria a Vargas estabelecer o Estado Novo (1937-1945). Esse período se caracterizou pela forte opressão praticada pelo governo brasileiro, que estabelece, então, a autoritária Constituição de 1937, com órgãos como o DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda, responsável pela censura) e a Polícia Secreta comandada por Filinto Muller. Para ilustrar a violência praticada pelo Estado na época, o professor Jackson pediu que um aluno lesse o trecho de um texto que detalha uma sessão de tortura.

Por outro lado, nessa época, Vargas também criou a imagem de “pai dos pobres” por meio de medidas trabalhistas, apesar de incentivar um sindicalismo pelego (com sindicalistas que, na verdade, trabalhavam pelos interesses dos patrões).

Os professores destacaram ainda a importância de Vargas na industrialização do país (com a criação da CSN, por exemplo). Outro ponto trabalhado foi a posição do Brasil na 2ª Guerra Mundial. Apesar das características autoritárias de seu governo, o presidente sofreu grande pressão dos EUA (auge da “Política da Boa Vizinhança”) e aderiu ao lado dos Aliados.

Com o fim da 2ª Guerra, o regime de Vargas fica insustentável pela contradição de ser autoritário e ter defendido preceitos democráticos no confronto mundial. Assim, o presidente convoca eleições, mas ainda esboça uma tentativa de ficar no poder com a campanha queremista. Em outubro de 1945, é deposto pelas Forças Armadas.

República Liberal Populista (1945-1964)

O próximo tópico do módulo foi o governo do militar Eurico Gaspar Dutra, que, apoiado por Vargas, venceu Eduardo Gomes (da UDN) na eleição de dezembro de 1945. Na política, destaque para a Constituição de 1946, que trazia elementos liberais e outros repressores (como a cassação do PCB). Já na economia, Dutra fracassou com sua abertura inconsequente para as importações.

Eleito democraticamente, Vargas voltou ao poder em 1951. Contudo, desta vez, sem a alternativa de recorrer a medidas autoritárias, sofreu forte pressões. O atentado da rua Toneleros, contra o seu maior opositor, o jornalista Carlos Lacerda, tornou o cenário insustentável e Vagas se suicidou em 24 de agosto de 1954, gerando forte comoção popular.

Os professores traçaram, em seguida, um panorama do governo de Café Filho (1954-1955), vice de Getúlio, com destaque para a tentativa de se impedir a posse de Juscelino Kubitscheck, que havia vencido a eleição presidencial de 1955. Contudo, o general Lott, ministro da Guerra, colocou as tropas na rua e garantiu a legalidade.

Governo Juscelino Kubitscheck (1956-1961)

Os professores comentaram a era de progresso vivida pelo Brasil no governo de JK, que com seu lema de fazer o país a avançar “50 anos em 5”, apostou numa política desenvolvimentista e de industrialização. De seu Plano de Metas, obteve certo sucesso nos campos de energia, transporte e indústria, mas fracassou na parte social (educação e alimentação). A construção da capital federal, Brasília, foi sua meta síntese.

Os professores destacaram também a efervescência cultural da época, marcada pelo surgimento da Bossa Nova e pelos primeiros passos do que viria a ser o Cinema Novo. Entre os aspectos negativos, JK deixou o país muito dependente da economia externa, além de aumentar a inflação e a dívida externa.


Jânio, Jango e o Golpe Militar

Considerado um fenômeno eleitoral, Jânio Quadros, apoiado pela UDN e com o lema da vassoura que varreria a corrupção da política brasileira, foi eleito presidente em 1960. Conservador, populista, autoritário, independente e imprevisível, ele tomou medidas antipopulares na economia (congelou salários e restringiu o crédito) e, na política externa, preocupou os EUA ao reatar relações com os países socialistas e ao condecorar Che Guevara.

Em agosto de 1961, enquanto seu vice, João Goulart, conhecido como Jango, estava na China em missão oficial, Jânio enviou uma carta-renúncia para o Congresso, que a aceitou. Criou-se, assim, uma crise política, pois alguns setores da sociedade não admitiam que Jango, acusado de ser comunista, assumisse a Presidência.

No Rio Grande do Sul, o governador Leonel Brizola, junto a setores do Exército gaúcho, decidiu resistir e apoiar Jango. Para apaziguar os ânimos, o Congresso Nacional votou uma emenda constitucional estabelecendo o Parlamentarismo como sistema de governo.

Em 1963, um plebiscito definiu que o sistema de governo voltaria a ser o Presidencialismo. Assim, Jango passou a efetivamente ter poder. Em um cenário de crise econômica e conturbado, ele propôs as Reformas de Base (agrária, tributária, administrativa, bancária, educacional e eleitoral), às quais se opunham empresários, militares e o capital estrangeiro.

Estes opositores organizaram manifestações como a Marcha da Família com Deus pela Liberdade. Por outro lado, em 13 de março de 1964, João Goulart defendeu as reformas no Comício da Central do Brasil. Em 31 de março (ou 1 de abril), os militares deram um golpe, implantando, no país, uma ditadura que duraria até 1985.

Inovação

“A era Vargas e os governos populistas” fechou uma série de módulos do Departamento de História. Anteriormente, os alunos da 3ª série do Ensino Médio haviam visto um bloco de aulas sobre Guerra Fria e Ditaduras de Extrema Direita na América Latina. Já em 29 de outubro, tinham assistido a um módulo que abordou o período da reabertura democrática do país até o segundo mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo o professor Carlos Roberto Diago, coordenador do Departamento de História, essa ordem não cronológica dos módulos foi uma inovação na tentativa de facilitar o aprendizado dos alunos.

“Organizamos as atividades de maneira que os alunos entendam um módulo pelo outro, tanto como causa como consequência. Partindo de uma época que os pais deles viveram (os anos da Ditadura), passando por um momento que eles vivem (da reabertura democrática até hoje), eles chegam aos fatores que levaram à Ditadura. Fechamos os módulos com as causas e não mais com as consequências. Achamos que, desta forma, os alunos fixarão mais o conteúdo”, explicou.

 

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