Equipe do Dante vai à NASA buscando inovação

Publicado em 1 de novembro de 2012 às 15:40
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Uma equipe formada por quatro professores e uma conselheira do Colégio Dante Alighieri foi, em outubro, aos Estados Unidos. A missão? Conhecer e aproximar-se de empresas e instituições que possam colaborar com projetos do Colégio relacionados ao ensino da ciência e da tecnologia espacial. Embarcaram na viagem a conselheira Flávia Piovacari, a coordenadora do Departamento de Ciências da Natureza, profª Sandra Tonidandel, o coordenador do Departamento de Física, prof. Renato Laurato, a coordenadora do Departamento de Química, profª Clemance Santos, e a professora de Biologia Helika Chikuchi.

A atividade foi considerada pelos professores “os primeiros passos do Colégio para a educação espacial”. Não que o Dante não tenha trabalhado com o tema. Prova disso é que, em 2012, seis dantianos receberam medalhas pelo bom desempenho na Olimpíada Brasileira de Astronomia. Os alunos são Amanda Schwartzmann (ouro, 9º C), Cecília Benevides Crespi (prata 9º C), Luís Chain Faraj Filho (ouro, 9º F), Victor Ramos de Oliveira  (ouro, 9º E), Rafaela Valentini Esequiel (prata, 2 º C) e Eduardo Rubini (prata, 3º B). Os quatro primeiros participaram da disputa no Nível 3 (prova de duas horas destinada a alunos do 6º ao 9º ano), e os dois últimos disputaram no Nível 4 (prova de quatro horas destinada a alunos do Ensino Médio). Ajudando no preparo desses alunos, o Colégio realizou, em conjunto com um grupo de cientistas da USP, um curso de Astronomia Investigativa no decorrer do ano.

Mesmo com esse desempenho considerado notável no Brasil, os professores acharam pertinente ter mais contato com a cultura estadunidense, que realiza grandes investimentos em atividades espaciais. A viagem foi guiada por Manoel Belém, responsável pela empresa Spacetrip4us. Entre os diversos colégios convidados, o Dante foi o primeiro a aceitar o desafio de buscar referências pedagógicas nos Estados Unidos, e, com isso, poderá aprofundar o que já realiza nessa área. Para isso, a equipe visitou 14 locais diferentes em sete dias úteis, dos quais grande parte recebeu destaque dos professores devido às ótimas impressões que tiveram dos estabelecimentos.

A viagem serviu, também, para verificar o modo como o sistema educacional dos Estados Unidos dá atenção à difusão do conhecimento astronômico e da tecnologia espacial, seja sob a ótica das escolas, das universidades ou até mesmo das empresas. “Tivemos grande contato com empresas e especialistas relacionados a ciências do espaço, mas podemos aproveitar muito do que foi conversado em outras áreas”, explicou Flávia. “A partir dessas visitas, podemos concluir que novos projetos certamente virão”, acrescentou.

Na viagem, a agenda de compromissos dos representantes do Dante foi bastante corrida.

Na manhã do primeiro dia, a equipe conheceu o fundador e presidente do grupo  Space Tourism Society, John Spencer. Sediada em Los Angeles, Califórnia, a instituição realiza sua atividade sem fins lucrativos. Ex-funcionário da NASA e arquiteto, Spencer despertou a atenção pela simpatia e pelo ambicioso projeto para o qual foi contratado: ele é o responsável por fazer o design de um hotel temático em Las Vegas que daria aos visitantes a impressão de estar pisando em Marte. A equipe do Dante fez uma proposta a John Spencer para participar do projeto. O arquiteto ficou encantado com a ideia, que deverá contar com a participação de várias áreas de conhecimento, sob a condição de que os protagonistas dessa atividade sejam alunos do Colégio.

Ainda em Los Angeles, a equipe foi, à tarde, ao California Science Center, centro de estudos que trabalha com ciência em geral e dá grande atenção ao desenvolvimento de projetos escolares. Ali, os professores encontraram diversos aparatos que podem ser utilizados em sala de aula e laboratório. E, de fato, já no ano que vem, os alunos do Dante devem ver nos laboratórios da Escola algumas dessas ferramentas, como uma estação ecológica e um caminhão movido a hidrogênio,  visto que os coordenadores fizeram questão de trazer algumas peças de lá.

“Os alunos do Ensino Fundamental II e Médio devem ter um primeiro contato com esse material didático em 2013. A ideia é oferecer a possibilidade de eles conhecerem novos recursos que dificilmente encontramos no Brasil”, explicou a professora Sandra Tonidandel.

Na manhã do dia 9, a equipe foi ao Columbia Memorial Space Center (CMSC). Localizado em Downey, na Califórnia, o centro abriga diversas peças históricas relacionadas à aviação e ao espaço. Há, por exemplo, um espaço destinado a informações sobre o começo da aviação – dando ênfase a Tom Wright, considerado, naquele país, o pioneiro nesse setor (e não Santos Dummont). Para a equipe do Dante, o CMSC também recebe destaque pelos projetos de ensino destinados a alunos de várias idades. Os mais velhos, por exemplo, podem participar de simulações de missões, como a supervisão e o controle de aeronaves para que pousem corretamente na Lua. “Eles tinham câmera e rádio para monitorar o desenvolvimento da missão. É o tipo de trabalho que demanda muita comunicação e trabalho em equipe”, explicou Flávia.

À tarde, os representantes da Escola foram ao Jet Propulsion Laboratory, principal centro tecnológico dos Estados Unidos com foco na produção e controle de sondas espaciais. O laboratório, situado em La Cañada Flintridge, no condado de Los Angeles, na Califórnia, faz parte da NASA e é administrado pelo governo estadunidense. Lá, eles ouviram falar dos programas educacionais que o centro oferece para professores e estudantes, e receberam materiais didáticos. Uma parte do material, aliás, foi exposta no estande “Cientistronauta” durante a 18ª Feira de Ciências e Tecnologia do Colégio, realizada em 10 de novembro.

No dia 10 de outubro, a equipe passou a manhã na Palos Verdes High School, escola pública que realiza diversos projetos tecnológicos financiados pela própria comunidade. A instituição fica na península de Palos Verdes, na Califórnia. “É uma escola pública, mas que possui muitos recursos, pois eles sempre correm atrás de investimentos e conseguem chamar a atenção”, explicou a professora Helika. “O trabalho deles lembra um pouco o Cientista Aprendiz, em um ambiente de compartilhamento de problemas e discussão de possibilidades e soluções”, complementou a professora Sandra.

No mesmo dia, a Microcosm Inc., empresa fundada em 1984 em Hawthorne, na Califórnia, e orientada  para a redução de custos no desenvolvimento de projetos espaciais militares, científicos e comerciais, abriu as portas para receber os visitantes.

Na manhã seguinte, a equipe passou pelo deserto de Mojave, conhecido como “cemitério de aviões”, já que o espaço é utilizado para abrigar aeroplanos que saíram de circulação por questões tecnológicas ou jurídicas. Em seguida, a equipe do Dante foi à XCOR Aerospace, empresa que produz, entre outros itens, veículos tripulados e não tripulados para trabalhos no espaço.

No dia 12, os professores e a conselheira se reuniram com funcionários da NASA em um museu próximo ao Ames Research Center, grande centro de pesquisas espaciais fundado em 1939, com acesso totalmente restrito. Ali, eles receberam dicas e foram motivados a desenvolver projetos relacionados à área. “Eles disseram que não adianta querer abraçar o mundo e fazer tudo ao mesmo tempo, mas que devemos ter grandes ideias e determinação para desenvolver bons projetos”, explicou Flávia.

À tarde, eles foram ao SETI Institute, centro de pesquisa sem fins lucrativos que, durante 25 anos, teve como missão principal detectar vida extraterrestre. Atualmente, o instituto também trabalha com o mapeamento de meteoros, algo que, de acordo com a equipe técnica e a de visitantes, pode ser implantado no Dante. “Eles também se ofereceram a analisar projetos que criarmos e, se necessário, indicarão orientadores para os trabalhos, assim como os professores daqui orientam os alunos”, explicou Flávia.

Na manhã do dia 15, a equipe visitou a Valley Christian School, uma escola com um departamento exclusivo para lançamento de projéteis em órbita visando à exploração do espaço. Os profissionais dessa instituição deverão participar de uma parceria com o Dante para o desenvolvimento de alguns projetos relacionados a temas de natureza astronômica.

No último dia de visitas, a equipe passou a manhã na Singularity University (SU), instituição que, fundada em 2008 no Vale do Silício, destina-se a formar líderes preocupados com problemas sociais e dedicados a encontrar soluções para essas questões. Uma comissão de representantes da SU chegou a realizar uma apresentação no Colégio Dante Alighieri em 15 de março durante o Ciclo Grandes Universidades, organizado pela Fundação Estudar. Na ocasião, o sócio-fundador e CEO da universidade, Rob Nail, instigou a plateia a pensar em como sensibilizar um bilhão de pessoas para as grandes questões sociais dentro de uma década.

À tarde, os representantes do Colégio foram à Nano Satisfi, empresa recém-criada por jovens cientistas que buscam acabar com a ideia de que experiências no espaço custam muito tempo e dinheiro. Prova disso é o uso que eles fazem dos CubeSats, minissatélites que surgiram no meio acadêmico no final da década de 1990 e chamaram a atenção do meio comercial. O chamariz, nesse caso, é a plataforma utilizada para controlar os cubos: o Arduino, ferramenta de livre acesso e baixo custo que possui uma biblioteca de funções disponível gratuitamente na internet. Vale destacar que o Arduino é utilizado no Colégio Dante Alighieri nas oficinas de Robótica e no High Tech Dante, projeto em que os alunos usam prioritariamente essa ferramenta para desenvolver aparatos de baixo custo.

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