Dante realiza fórum sobre uso de tablets na educação

Publicado em 15 de agosto de 2012 às 18:44
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Sempre atento à necessidade de aprimorar o uso dos produtos que agregam as novas tecnologias, o Colégio Dante Alighieri realizou, em 14 de agosto, o 1º Fórum Dante sobre o uso de tablets na Educação Básica. Participaram do evento professores, coordenadores, diretores e alunos do Colégio, membros das editoras que produzem conteúdo digital utilizado em sala de aula (Scipione, Ática, Moderna, Saraiva e Editora do Brasil) e um representante da Motorola, empresa que produz o modelo de tablet utilizado na instituição. A ideia do evento era estimular uma troca de experiências adquiridas um ano e meio após o início do uso de tablets nas salas de aula no Colégio com o projeto Dante Tablet.

Conduzido pela coordenadora do Departamento de Tecnologia Educacional, profª Valdenice Minatel, o fórum contou com opiniões de todos os lados envolvidos na produção e uso da tecnologia. Os alunos que participaram do evento fazem parte do comitê gestor discente responsável pela análise das consequências do uso dos tablets.

A professora Valdenice ressaltou os três pilares que sustentam as aulas com o uso de tablets – a infraestrutura, a formação de professores e o envolvimento dos alunos –, e lançou a todos o desafio de como aprimorar o dispositivo com base em fatores internos (relacionados ao Colégio) e externos (de responsabilidade das editoras e da Motorola). “Devemos pensar nas perspectivas: com o que podemos contar? Há grandes expectativas por parte dos alunos, dos professores e da instituição. Nossas decisões devem ser pautadas em questões técnicas, e não no que a mídia e a moda apregoam”, explicou.

O fato de o Colégio trabalhar de modo pioneiro com o uso dos tablets foi apontado diversas vezes, principalmente tendo em conta a tarefa de encontrar métodos eficazes de uso do aparelho. “Não dá para usar a tecnologia para fazer mais do mesmo. Precisamos aproveitá-la para inovar e melhorar o que já temos. E, para isso, não há receita pronta. Então chegamos a um momento oportuno para encontrar respostas para que, em 2013, o nosso projeto seja mais eficaz”, ressaltou a professora Valdenice.

Os representantes das editoras endossaram fatores apontados pela professora Valdenice, como a importância de parcerias para a melhoria do projeto e o esforço contínuo para se ampliar o conteúdo digital sem reduzir a qualidade das aulas. Nesse sentido, buscaram saber dos professores e alunos que pontos mereceriam maior atenção para o aperfeiçoamento do sistema.

A aluna da 1ª série do Ensino Médio Erika Lima Fernandes da Silva ressaltou, primeiramente, as dificuldades que os alunos encontram para fazer cadastro nos portais das editoras. “Vocês precisam facilitar o nosso acesso aos sites, pois precisamos fazer mais de um cadastro com cada editora. Estávamos em uma zona de conforto e, acostumados com outro sistema de ensino, acabamos desistindo de obter o material.”

Mais tarde, Erika fez um pedido que levou todos aos risos. “As editoras deveriam trocar conhecimento entre si para que todas encontrassem os meios mais eficientes de oferecer um conteúdo prático”, afirmou. Em seguida, esclareceu que a ideia não era tão ingênua quanto imaginaram. “Tudo bem isso não ser possível, mas as editoras deveriam se aproximar mais dos alunos, pelo menos. Assim, nós poderíamos dizer a elas o que as outras empresas estão fazendo e que está dando certo”, explicou, dando a entender que as editoras não poderão deixar seus serviços tornarem-se obsoletos frente à relevância do uso educacional dos tablets.

O representante da Motorola falou das dificuldades existentes em trabalhar com uma escola. “Nós temos orgulho de fornecer o material a vocês, mas sabemos da responsabilidade existente nessa tarefa. Estamos acostumados a fornecer grandes quantidades de tablets para empresas com funcionários de um mesmo nível, com os dispositivos tendo o mesmo uso. Na escola, a situação é totalmente diferente, pois os alunos são de várias idades e fazem uso variado do tablet”, explicou.

Os professores do Colégio também ressaltaram o que viram e o que esperam. A coordenadora do Departamento de Ciências da Natureza, profª Sandra Tonidandel, esclareceu que sente falta de conteúdo digital que não se assemelhe a material impresso. “Eu basicamente só vi o conteúdo digital ser uma cópia mais desinteressante do papel. As empresas devem buscar estímulos à interatividade, que é o que caracteriza o mundo digital. Se não for assim, o professor terá mais dificuldades em dar uma boa aula”, afirmou.

O coordenador do Departamento de História, prof. Carlos Diago, complementou a afirmação de Erika relacionada à “saída da zona de conforto”. “Não foram só os alunos que saíram da zona de conforto. Nós também saímos, e as empresas também. Mas nós saímos com a expectativa de encontrar uma zona de conforto maior. As empresas, naturalmente, buscam aliar lucro à qualidade, então precisam tornar as ferramentas atuais melhores do que as anteriores”, explicou.

Para o coordenador do Departamento de Física, prof. Renato Laurato, professores e alunos já deram grandes passos no uso das ferramentas, apesar da existência de problemas. Ele ressaltou a importância de haver compatibilidade no conteúdo digital oferecido em sala de aula. “As novas tecnologias não vão rodar linguagens usadas atualmente. Outras virão em seu lugar, e é necessário que elas também sejam acessíveis nos tablets”, ressaltou o professor, no rastro de comentários sobre os problemas de compatibilidade detectados durante a atualização do sistema Android dos dispositivos.

Os professores também ressaltaram a importância de o conteúdo das editoras ser mais maleável – fazendo com que os exercícios, por exemplo, possam ser criados pelos próprios docentes. Outro ponto é tornar o material mais envolvente, algo, segundo os professores, teoricamente facilitado pelas novas tecnologias, muito embora o tablet possa propiciar um ambiente mais fácil para a dispersão, e não para o trabalho em conjunto.

Como exemplo de criatividade, os alunos e professores falaram do Moodle, sistema de compartilhamento de conteúdo educacional que o Colégio usa. “Com o Moodle, temos a vantagem de nós e os professores criarmos e compartilharmos conteúdo e ideias com os professores e alunos de outras salas”, afirmou Erika.

A professora Valdenice ressaltou a importância de as soluções serem debatidas em âmbito nacional. “Se é para trazer novas tecnologias à educação, que elas sejam pensadas na realidade da educação brasileira, e não na do Dante, para que sejam acessíveis a todos”. No encerramento do evento, a professora destacou que a proposta “não era sair do fórum com respostas, e sim com provocações e reflexões”, que resultarão em novos assuntos para debate entre os docentes, os discentes e as empresas envolvidas na educação digital no Colégio.

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