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Em homenagem ao Dia da Consciência Negra, o Dante preparou uma grande exposição sobre o tema na biblioteca. O ambiente está todo decorado com referências à data, com murais que contam histórias, livros de literatura negra e diversos trabalhos feitos por diferentes turmas da Educação Infantil e do Ensino Fundamental que abordam o tema.
A ideia do evento vai além de abordar a triste história relacionada à escravidão, buscando enaltecer a contribuição do povo negro na sociedade, como explica o professor de história Luis Gustavo Lima. “É importante saber que o conhecimento é sempre uma construção coletiva. Os diferentes grupos que compõem a sociedade brasileira contribuíram no passado para que a sociedade chegasse aonde ela está hoje. Esses vários nomes que aparecem aqui – e tudo o que foi exposto – mostram aos estudantes e a nós mesmos o peso dessa contribuição, lembrando que o conhecimento social é algo coletivo. Dando essa visibilidade, mostrando que esse grupo participou de maneira ativa, conseguimos enxergar que o Brasil é um país miscigenado e é fruto de um trabalho intelectual, de um trabalho braçal de diferentes grupos que compõem a sociedade. Esta é a mensagem principal: mostrar que a cultura brasileira é fruto do esforço de diferentes grupos, inclusive da população negra.”
A exposição
Ao chegar ao corredor de entrada da biblioteca, já é possível ver um banner com informações sobre o Dia da Consciência Negra e uma explicação sobre Zumbi dos Palmares. Ao entrar, nos corredores está exposta uma coletânea de livros de literatura, que abordam temas diversos, como a África e contemporaneidades. Ao lado, estão representados Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto, dois grandes escritores brasileiros. “Selecionamos dois escritores negros ligados à literatura, são dois bem representativos: Carolina Maria de Jesus e Lima Barreto, que é um pouco esquecido, mas comemorou seu centenário há um ano. Então, para a primeira exposição, nós decidimos resgatá-los. Também trouxemos alguns livros de referência dos autores e suas biografias”, explicou Marcelo Meneses, historiador do Centro de Memória do Dante.
No corredor principal da biblioteca, dois murais compõem um portal que traz a beleza e a história do povo negro. Em um deles, a árvore africana baobá, que representava o esquecimento nas crenças dos recém-escravizados, está cercada de palavras do vocabulário brasileiro que vieram de dialetos falados em navios negreiros. No outro mural, o continente africano é conectado ao Brasil com os nomes dos principais grupos escravizados que foram trazidos para o nosso país pelo oceano.
Ao fundo, estão alguns trabalhos de diversas turmas, entre eles o “Projeto Pessoas”, do Maternal 2 C; os cordéis de Conceição Evaristo, do 8º ano G; e o “Nossas cores! Nossos tons!”, do Jardim 1. Todos os trabalhos estão acompanhados de livros infantojuvenis que narram histórias negras.
Junto aos trabalhos, do outro lado do corredor, um grande painel é a grande atração, trazendo diversas informações. “Temos o painel com as personalidades negras, que vai ao encontro da ideia da exposição sobre o Dia da Consciência Negra, que é a valorização do negro. A ideia do mural era trazer os personagens, trazer a contribuição do negro na sociedade brasileira em diferentes segmentos e aspectos. Selecionamos quatro personagens de quatro segmentos diferentes. Trouxemos também frases de Dona Ivone Lara, Lélia Gonzales, Ruth de Souza… A ideia foi trazer personalidades que se destacaram e pessoas anônimas que trouxeram contribuições importantes”, conta o professor Luis.
Como resultado, temos a fala de nossa bibliotecária Maysa Aguiar, que teve grande contribuição para a organização do evento: “Fico muito orgulhosa por conseguir difundir essa linha de conhecimento, tudo isso deve ser divulgado. Começando pela biblioteca, um espaço importante para o lado cultural, é um lugar que é possível repertoriar além do conteúdo da sala de aula, é possível atribuir outras informações. Estou muito feliz com a exposição e com o resultado. Nossos historiadores conseguiram retratar tudo de forma objetiva e muito bonita”.