Aluna do Dante participa de elenco do filme ‘Corações Sujos’

Publicado em 18 de agosto de 2012 às 13:33
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O filme nacional ‘Corações Sujos’, dirigido por Vicente Amorim e baseado no livro-reportagem homônimo de Fernando Morais, estreou no Brasil em 17 de agosto. Gravado em 2010,  o longa traz em seu elenco uma estudante do Colégio Dante Alighieri: Emi Kibe, que está no 7º ano.

Com base em fatos reais, a obra retrata o período do fim da Segunda Guerra Mundial, destacando a história da organização Shindo Renmei, composta por imigrantes japoneses que não aceitavam o fato de o Japão ter perdido a guerra. O nome do filme deriva da nomeação que os japoneses conformados com a derrota do seu país recebiam dos conterrâneos que não aceitavam esse fato. Além de serem considerados traidores, eles eram chamados de ‘corações sujos’.

Emi fez o papel de ‘Kyoko’, filha do personagem assassinado pelo protagonista do filme. A aluna do Dante explicou que essa foi sua primeira atuação, e que fez o teste para o papel por curiosidade. “Uma amiga minha participou do teste e eu achei a ideia interessante. Nunca tinha atuado e fiquei um pouco tensa. As falas não eram muito difíceis, mas a postura que devíamos ter na cena [para condizer com o clima pesado da história] sim”, afirmou.

Por pouco Emi não conseguiu o papel mirim mais importante da história, o da personagem ‘Akemi’. “Eu participei de três testes. Passei nos dois primeiros, mas, no terceiro, que valia o papel mais importante, a outra candidata [Celine Fukumoto] levou a melhor”, explicou. De acordo com ela, a gravação das cenas das quais participou durou quatro dias inteiros.

Perguntada sobre a relevância de participar de um filme com importância histórica, Emi demonstrou ânimo, mas também citou a complexidade do contexto. “Achei bem difícil interpretar direito o conteúdo do filme. Os brasileiros não conhecem direito a guerra interna japonesa”, disse, fazendo referência à honra e ao orgulho japonês, bem como à devoção de parte dos imigrantes pelo imperador japonês, que, segundo se afirma, nunca aceitaria a derrota na guerra.

A orientadora educacional Marina de Andrade Galvanini explicou que, à época, a mãe de Emi pediu suporte ao Colégio, pois a aluna precisaria ausentar-se por vários dias em um curto período. “A mãe garantiu que a filha não teria qualquer prejuízo na educação. Ela até assinou um termo para assegurar que, se necessário, contrataria uma professora particular para que Emi compensasse as aulas perdidas”, afirmou.

Apesar da preocupação por parte dos educadores e dos pais, Marina explicou que a situação excepcional era uma chance que não devia ser desperdiçada. “A Emi sempre foi uma ótima aluna, muito prestativa e com boas notas. E a mãe ressaltou o fato de essa poder ser uma oportunidade única na vida de Emi. Por isso, e com todas as garantias discutidas, o melhor a fazer era liberar a aluna.”

A professora Maria de Lourdes Cremon, que deu aulas a Emi em 2005, achou a situação curiosa. “Emi sempre foi uma garota muito tranquila e tímida. Tive uma grande surpresa ao saber que ela faria uma gravação cinematográfica. De aluna quietinha perante os colegas, ela passou a ser a atriz do Colégio. E sempre com a grande humildade característica da cultura japonesa”, afirmou. Ela garantiu que Emi não teve qualquer prejuízo em sala de aula devido às ausências. “Notamos que ela acompanhou o ensino que demos graças a um professor particular. Se ela voltou às aulas com alguma dúvida, conseguiu saná-la logo depois”, concluiu.

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