Sérgio Niculitcheff participa do “Papo de Artista”

Publicado em 21 de junho de 2013 às 13:43
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O projeto “Papo de Artista”, realizado pelo Departamento de Arte do Colégio Dante Alighieri, teve início em 14 de junho, sexta-feira. O primeiro convidado a conversar com os alunos do programa “Química na Arte” (estudantes da 2ª série do Ensino Médio) foi o artista plástico Sérgio Niculitcheff, que falou sobre a sua carreira.

A especialidade de Niculitcheff é a pintura, mas ele também realiza trabalhos de gravura e escultura. No “Papo de Artista”, ele, que é professor nas universidades Belas Artes e Unimesp FIG e na Casa do Artista, mostrou algumas das obras de seu portfólio em uma projeção de power point.

Antes, porém, ele bateu um papo com os alunos, contando sua trajetória. Interessado por arte desde os 12 anos, Niculitcheff cursou o Ensino Médio em uma escola voltada para a parte artística. Nesta época, já passou a mandar desenhos para salões. Ao entrar na faculdade Belas Artes, começou a dar aulas em cursos livres em São Bernardo.

Logo em seguida, passou um tempo na Europa – quatro meses em Madri, sete meses em Paris e um mês viajando pela Itália -, onde visitou museus, conheceu outros artistas, fez trabalhos mais abstratos e trabalhou como auxiliar do gravador, desenhista e escultor Arthur Luiz Piza.

Na volta ao Brasil, começou a lecionar em faculdades, obtendo, posteriormente, mestrado (Unesp) e doutorado (Unicamp) na área de artes plásticas. “Para mim, as atividades artística e didática estão muito juntas. Gosto muito das duas e aprendo muito com os alunos. Acho rico estar com as pessoas, discutindo”, disse.

Fases de sua obra

Após a conversa inicial com os estudantes, Niculitcheff passou a mostrar as obras das diferentes fases de sua carreira. No início dos anos 1980, sua pintura era mais figurativa e ilustrava cenas da cidade, tornando-se mais abstrata no período em que viveu na Europa. Ao longo da década, ele encontraria um estilo em que se destaca uma pintura volumétrica, remetendo muito à escultura.

Nesta época, surgem também imagens que se tornariam recorrentes em sua obra como a chama, a concha, a engrenagem, as figuras humanas geometrizadas. “Os temas vão e voltam, se relacionam”, explicou. Na década de 1990, Niculitcheff diminui a intensidade das cores em seu trabalho e passa a pintar cones e cubos (chega a representar o famoso quadro de Leonardo Da Vinci “A Santa Ceia” por meio de cubos).

Nos anos 2000, sua pintura retoma temas do espaço urbano, colocando estes, porém, fora de seus contextos originais. Niculitcheff volta-se também para experiências na escultura, na gravura e até na cenografia do espetáculo teatral “Samwaad”, do diretor Ivaldo Bertazzo.

Inspirações

Niculitcheff falou também sobre suas inspirações, citando Andrea Mantegna, Giorgione, Giorgio Morandi, Giorgio de Chirico, Pablo Picasso e Antonio Henrique do Amaral. O artista ainda mostrou aos alunos seu processo de trabalho por meio de fotos e dos seus cadernos de desenho, convidando os estudantes para conhecer seu ateliê na rua Helvétia. Por fim, apresentou algumas de suas gravuras, modalidade de arte trabalhada no “Química na Arte”.

O “Química na Arte” é um programa em que alunos da 2ª série do Ensino Médio aplicam conceitos de Química (principalmente, oxidorredução) em atividades artísticas, mais especificamente na produção de uma gravura em metal.

O programa é organizado pelas professoras Maria Beatriz Perotti, coordenadora do Departamento de Arte, e Clemance Maria Alves dos Santos, coordenadora do Departamento de Química. As aulas ficam a cargo das professoras Lúcia Junqueira de Oliveira, de Arte, e Suely Oliveira Takahashi, de Química.

“Ter contato com alguém que trabalha na área artística nos ajuda a desenvolver nosso trabalho do ‘Química na Arte’ e nos dá exemplos de arte”, avaliaram as alunas Beatriz Freitas Clara Marins. A estudante Evorah Silveira também demonstrou empolgação com a visita de Niculitcheff, uma vez que pretende seguir a carreira de pintora. “Achei legal principalmente porque ele falou de hiper-realismo, do qual gosto muito”, disse.
Sobre o “Papo de Artista”

Segundo a professora Maria Beatriz Perotti, coordenadora do Departamento de Arte, o projeto “Papo de Artista” não se limitará aos alunos do “Química na Arte” (no caso de Niculitcheff, estes estudantes tiveram prioridade justamente pelo fato de o artista trabalhar com gravura em metal, objeto de estudo no programa). Assim, alunos do Ensino Fundamental até a 1ª série do Ensino Médio também conversarão com pessoas do mundo artístico.

“A ideia é levar o artista ao conhecimento direto do aluno. Mostrar-lhe o que o artista faz, como faz, onde trabalha. Até a 1ª série do Ensino Médio, os alunos estudam vários artistas e formas de arte. Assim, procuramos com o projeto aproximar o estudante do artista e do mundo artístico”, explicou a professora.

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