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Clássico do teatro português, a peça “Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente, foi apresentada a alunos da 1ª série do Ensino Médio do Colégio Dante Alighieri em 25 de abril. A encenação ficou a cargo do grupo Ria, que trabalha com adaptações de obras literárias, tais como “Brás Cubas” (de Machado de Assis), “Memórias de um sargento de milícias” (de Manuel Antônio de Almeida) e “O cortiço” (de Aluísio de Azevedo).
A peça, escrita em 1517, mostra a essência do ser humano, bem como seus vícios, por meio de personagens alegóricos (como o fidalgo, o agiota, o bobo da corte, o sapateiro desonesto, o padre e sua amante, a alcoviteira, entre outros) que tentam embarcar no navio da glória para o céu, mas que, em sua maioria, devido aos erros cometidos na existência terrena, acabam condenados a seguir na barca rumo ao inferno.
Durante a peça, os atores interagiram com a plateia fazendo brincadeiras e pequenas referências a músicas e fatos da atualidade. Ao final da apresentação, o diretor, José Paulo Rosa, conversou com os alunos, dando explicações a respeito da obra.
Zé Paulo, como é conhecido, destacou que a peça é uma das mais encenadas da história da humanidade e que, apesar de ter sido escrita em 1517, continua atual pelo fato de a essência humana continuar a mesma.
Amparado na observação de que o “Auto da Barca do Inferno” é um auto de moralidade, o diretor ressaltou que o texto faz uma denúncia da queda moral do homem, exemplificada com uma ferrenha crítica aos costumes, porém não às instituições. Por fim, Zé Paulo tratou do contexto histórico da obra e da importância de Gil Vicente para a cultura universal.
A professora Maria Cleire Cordeiro, coordenadora do Departamento de Língua Portuguesa, explicou o objetivo da atividade, lembrando que, agora, os estudantes da 1ª série do Ensino Médio farão a leitura do livro “Auto da Barca do Inferno”. “É uma forma de os alunos terem um contato mais aprofundado com a obra de Gil Vicente antes de a lerem. Isso traz bastante debate e os alunos conhecem melhor a importância do autor”, afirmou.