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Esporte mais popular do mundo, o futebol muitas vezes pode parecer apenas uma brincadeira que envolve habilidade e talento de seus praticantes. Entretanto, há muitos conceitos de física presentes na modalidade. Foi pensando nessa relação que o professor Marco Portella ministrou o módulo “A física e o futebol” para os alunos da 2ª e da 3ª série do Ensino Médio do Colégio Dante Alighieri, nos dias 4 e 6 de junho.
O módulo foi baseado no livro “Física do Futebol”, dos professores Marcos Duarte e Emico Okuno. Segundo Marco Portella, o trabalho apresenta um curso de mecânica voltado para o futebol. “Essa é a primeira vez que dou esse módulo. O professor Renato Laurato (coordenador do Departamento de Física do Dante) entrou em contato com o livro ao ter aulas com a professora Emico. Ele achou a obra interessante e me convidou para preparar um módulo sobre o tema para os alunos do Dante”, diz Portella.
A intenção do módulo foi usar um assunto do cotidiano de quase todos os alunos – o futebol – para atrair a atenção para a física. “O futebol é atraente, está presente no cotidiano. Então é uma forma de chamar os alunos para a física”, explicou o professor.
O módulo foi proferido seguindo a divisão de assuntos do livro: movimento (cinemática), força (intensidade do chute, efeitos); energia (troca energética e quantidade de energia que um jogador gasta em uma partida); e fluidos (pressão dentro da bola, pressão atmosférica nas partidas).
A física intuitiva do jogador
Durante o módulo, o professor Marco Portella destacou que os jogadores de futebol, mesmo sem saberem a teoria da física, desenvolvem uma física intuitiva, o que lhes permite definir qual efeito imprimir na bola em um passe ou qual o melhor ângulo para um chute.
“Saber os conceitos da física que estão no futebol é legal para o espectador ver o jogo de outra forma, entender por qual motivo o jogador cometeu determinado erro”, disse.
Mostrando imagens, citando exemplos e resolvendo alguns exercícios, Marco Portella falou sobre a relação do futebol e da física. Na parte de movimento, trabalhou com conceitos de referencial, posição, deslocamento, tempo, trajetória, velocidade média e rapidez média envolvidos no espaço do jogo (o campo de futebol) e nos lançamentos feitos durante a partida.
Na parte de força, tratou da questão da classificação das forças, além de citar as três leis de Newton e o teorema do impulso. Também atraiu a atenção dos alunos com fotos em que a bola aparece deformada ao entrar em contato com o corpo do jogador.
Segundo Portella, a deformação ocorre em milésimos de segundos e não é percebida pelo olho humano (apenas por sensores das câmeras fotográficas). Para encerrar essa parte do módulo, o professor afirmou que o conceito de centro de gravidade (ponto onde se equilibram as forças de atração) influencia na forma como a bola é chutada.
Em energia, Portella abordou os conceitos de energia cinética, de energia potencial gravitacional e da energia gasta por um jogador durante uma partida.
Quanto aos fluídos, Portella falou dos gases presentes na bola e da dificuldade de se jogar em lugares com grandes altitudes, uma vez que nesses locais há uma menor pressão atmosférica e uma maior rarefação do ar.
Por fim, Portella explicou o efeito Magnus – que permite imprimir efeitos na bola na hora do passe ou do chute – e mostrou um histórico da evolução das tecnologias utilizadas na fabricação das bolas de futebol.
“Preparar esse módulo deu trabalho, mas foi gostoso, pois pude aprender mais sobre futebol. E a qualidade dos alunos que participaram foi alta, assim como o envolvimento deles”, afirmou Portella, que se diz um corintiano pouco ligado em futebol.
Já Daniel de Faria Ravaglia, aluno da 3ª série G, fez questão de destacar que é corintiano fanático. O estudante saiu empolgado do módulo, pois também gosta de física e pretende prestar vestibular na área de exatas. “Gostei do módulo. Você ganha outro olhar para o futebol. Achei que foi satisfatório tanto para quem gosta de futebol quanto para quem gosta de física”, disse.
