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As cidades históricas de Minas Gerais são um museu a céu aberto. Entrar em contato com suas manifestações artísticas e com seu povo é passear pela história do Brasil. E foi isso o que os alunos da 2ª série do Ensino Médio fizeram entre os dias 28 de abril e 1º de maio.
A viagem educacional esteve atrelada ao projeto interdisciplinar da série, cujo tema é “Patrimônios: preservação, conservação e acesso em tempos de emergência climática”. O trabalho consiste na criação de um produto que ofereça soluções para problemas ligados aos patrimônios culturais e ambientais brasileiros, materiais ou imateriais.
“Os alunos puderam vivenciar, sentir e aprender o que é a memória e a importância da preservação do patrimônio material e imaterial. Foi uma viagem imersiva, em que eles mergulharam em um patrimônio. Esperamos que coloquem essa ideia em prática na elaboração dos projetos”, afirma a professora Natascha Gomes Paiva, coordenadora de língua portuguesa do Dante, que acompanhou os alunos em Minas Gerais.
Monumentos que contam histórias
Antes de rumar para as cidades históricas, a comitiva dantiana desfrutou de um percurso histórico-cultural na capital mineira, Belo Horizonte. Lá, após o desembarque, os estudantes conheceram a Igreja da Pampulha, projetada pelo arquiteto Oscar Niemeyer, o Museu Histórico Abílio Barreto e a Praça do Papa.
Em seguida, o roteiro contemplou visitas às cidades de Ouro Preto, Mariana e Brumadinho, que constituem um dos maiores patrimônios materiais e imateriais do Brasil. Suas igrejas construídas com os estilos barroco e rococó e seus museus ajudam a contar a história do período colonial do país. “Uma coisa que me chamou muito a atenção foi a arquitetura, principalmente a de Ouro Preto. Ela nos permite identificar o período histórico e entender a história que circunda aquele local”, conta a aluna Júlia Matsuda, da 2ª H.
“Eles entenderam também o que é um patrimônio imaterial: um exemplo disso é o badalar do sino, pois cada ritmo de batida comunica alguma coisa. Eles entenderam que a Mina da Passagem [local de exploração de ouro no século 19] é um patrimônio histórico, pois aquilo fez parte da história. Ou seja, compreenderam a força de uma memória para a preservação de um patrimônio que conta a história do nosso país”, explica a professora de língua portuguesa Patrícia Cajai.
Meio ambiente também é patrimônio
Em Mariana, os jovens dantianos puderam conversar com o Seu Zezinho, sobrevivente do desastre ambiental de 2015, quando o rompimento da Barragem do Fundão causou a contaminação do rio Doce e do solo da região. A visita à cidade ainda ofereceu aos alunos a oportunidade de estabelecerem conexões com a leitura da obra “Sagatrissuinorana”, de João Luiz Guimarães, cujo pano de fundo é a crítica ao rompimento das barragens de Mariana e Brumadinho.
“O momento mais impactante para mim foi em Mariana. O Seu Zezinho nos passou um panorama de quem viveu aquele acontecimento, e isso é muito importante para nos sensibilizar para a questão ambiental. Eu resumiria a viagem em uma frase: ‘Preservar e proteger para não esquecer’”, diz o dantiano João Miguel Sastre, da 2ª H.
Localizado em Brumadinho, o Instituto Inhotim encantou a todos com suas galerias de arte contemporânea, que dialogam com a história, a fauna e a flora brasileiras. “Foi um dos meus lugares favoritos: é muita arte diferente, natureza abundante e várias obras lindas”, descreveu Júlia. “Gostei principalmente da galeria da [artista plástica] Adriana Varejão, porque lá estão obras modernistas que nos permitem interpretá-las de diferentes formas. Conseguimos fazer diversas interpretações e relacioná-las com a nossa própria vida”, conclui João Miguel.