High School promove competição com tema “Refúgio”

Publicado em 7 de dezembro de 2015 às 12:05
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“We cannot close our eyes or lock our doors to those in need of help to rebuild their lives in a country that is totally different from their place of origin.”

Essa foi uma das frases que os alunos leram no briefing da última edição do “Dante in Company”, atividade especial que consiste em uma competição entre equipes na busca por soluções variadas para determinado problema social. O tema dessa edição, realizada na noite de 27 de outubro, foi “Refúgio”. Para introdução no assunto, os alunos estudaram questões sociais relacionadas à imigração no Brasil, em especial narrativas que retratam a busca por refúgio – meio a que se socorre quem foge de sua terra natal temeroso da própria morte (e de sua família) em decorrência de guerra, fome ou perseguição política. A atividade foi organizada pela equipe do programa Dante High School e pela professora Pâmela Viviam Zuccari Silva, do Departamento de Tecnologia Educacional.

Para enriquecer o conhecimento, os dantianos também visitaram o instituto Adus, organização não governamental fundada em 2010 que dá suporte a refugiados de diversos países. O próprio Adus serviu de exemplo sobre a possibilidade de desenvolver diversos programas igualmente eficazes para colaborar com essas pessoas: a organização tem três frentes principais, que se dividem em oito programas.

Na frente ‘Reintegração’, por exemplo, há o ensino de língua portuguesa, trabalhos de aproximação cultural entre brasileiros e refugiados, o acompanhamento de crianças em seu processo de reintegração local e o auxílio para a inserção das pessoas no mercado de trabalho. Nas ações sob o nome de ‘Orientação de Trajeto’, os voluntários podem atuar como facilitadores sociais, reduzindo os obstáculos encontrados pelos refugiados no processo de reinserção na sociedade. Já no conjunto de atividades ‘Advocacy’, trabalha-se a conscientização sobre o tema “refúgio” na sociedade, com foco na diminuição do preconceito e da discriminação, e com a realização de pesquisas e debates sobre o assunto. Na página do Adus no Facebook, há a difusão de informações que abrangem todas essas frentes: em 2 de dezembro, por exemplo, os administradores da página divulgaram uma informação de grande interesse para os refugiados, que passaram a ter o direito de obter gratuitamente uma carteira de identidade.

Em 2015, a competição no Colégio contou com quatro jurados: além do ex-aluno João Victor Pereira Silva, o Dante recebeu Fabio Porcel e Melina Konstadinidis, vice-presidente e chief strategy officer do Grupo Nexo, respectivamente, além de Carlos Shimura Junior, que cursa Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas e desenvolve projetos na área de empreendedorismo social. Fabio e Melina foram primeiro e segundo colocados na segunda edição do reality show “O Aprendiz”, realizado em 2003.

Cinco grupos participaram dessa edição do desafio, dois dos quais foram declarados vencedores: BlueSky, formado pelos alunos Dante Chiarini Volpato, Giancarlo Liceu Caporrino e Pedro Lages Mansur Valdetaro, e Eduquiz, composto por Ana Clara Oliveira Silva, Fabiana Chatziefstratiou, Gabriela Suzuki Cianflone, Helena Borges de Siqueira e Rodrigo Marques Tibério.

Ambos os grupos desenvolveram soluções que envolvem a ampliação da visibilidade da causa dos refugiados no país e o suporte na integração dessas pessoas à sociedade brasileira. Ainda que esse seja um tema que venha recebendo mais espaço atualmente, principalmente pela existência de grandes conflitos, como o da Síria – que começou há aproximadamente cinco anos e já contabilizou pelo menos 220 mil mortes (de acordo com a ONU), levou mais de 4 milhões de pessoas à condição de refugiados e deixou mais de 6,5 milhões de desalojados –, é evidente que trabalhos de conscientização são essenciais para se contrapor à difusão de discursos xenófobos uma mensagem de conciliação e tolerância.

O grupo Eduquiz propôs um aparato de ensino capaz de traduzir conteúdo em áudio para duas línguas: a ferramenta traduz, por escrito, o que se ouviu na língua que o refugiado aprenderá e o que se produziu em sua língua nativa. Em termos de orçamento, o grupo estipulou grandes valores para pesquisa, desenvolvimento, produção e distribuição do item: ao todo, seriam destinados US$ 10 milhões ao projeto. Para arrecadarem a verba, os alunos sugeriram, por exemplo, a realização de parcerias com eventos cujos organizadores estivessem dispostos a destinar parte das vendas ao projeto.

Já o grupo BlueSky propôs uma campanha de conscientização sobre a realidade dos refugiados, que envolveria a venda do jogo “This War of Mine”, com parte da renda revertida à causa. “This War of Mine”, lançado pela empresa polonesa 11 bit studios em 2014, é um jogo de sobrevivência em um país fictício durante uma guerra civil (com inspiração no cerco de Sarajevo, que ocorreu durante a Guerra da Bósnia). Em vez de jogarem com grandes “heróis”, como habitualmente ocorre, os jogadores controlam civis que precisam sobreviver no decorrer do conflito. Por ser um jogo que apresenta, ainda que de maneira simulada e muito mais branda, a realidade das pessoas que são forçadas a ficar na área de combate – os personagens também relatam suas dificuldades no decorrer dos dias, o que gera uma aproximação entre os jogadores e aquela realidade hostil –, e que muitas vezes não sobrevivem aos embates, os integrantes do BlueSky concluíram que seria uma ferramenta com grande capacidade para gerar empatia e visibilidade à causa.

Antes do anúncio das equipes vencedoras, Fabio Porcel e Melina Konstadinidis falaram um pouco de suas experiências profissionais, e também da participação no reality show de que foram protagonistas.

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