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“Uma experiência de campo”: assim pode ser definida a viagem que os alunos da 1ª série do Ensino Médio fizeram a Brasília entre os dias 28 e 31 de julho. Fruto de uma parceria entre os vários departamentos dos componentes curriculares, liderados por história, a saída pedagógica esteve atrelada ao projeto interdisciplinar “Eu cidade: empreendedorismo social para soluções de problemas urbanos do município de São Paulo”.
A ideia era propiciar aos estudantes a possibilidade de presenciar e vivenciar as características de uma cidade planejada, a fim de que pudessem aperfeiçoar e aprimorar seus próprios projetos interdisciplinares, que estão sendo desenvolvidos desde o começo do ano.
Além disso, a proposta era “contrapor a vivência de São Paulo à de Brasília, pois são espaços muito diferentes”, afirma a professora de história Simone Domingos, que acompanhou os alunos na capital federal, fundada em 1960 para ser sede do governo. “Eles puderam caminhar e perceber a cidade com o propósito de trazer uma experiência vivida e não só teorizada para o projeto interdisciplinar”, acrescenta.
A programação contou com visitas a alguns dos principais pontos turísticos de Brasília e a locais que simbolizam e concentram boa parte do poder político do país. São eles:
- Congresso Nacional;
- Catedral Metropolitana de Brasília;
- Palácio do Itamaraty;
- Embaixada da Itália;
- Memorial JK;
- Museu Vivo da Memória Candanga;
- Superquadra 308;
- Praça dos Três Poderes;
- Palácio do Planalto; e
- Lago Paranoá.
Um dos objetivos desse roteiro era permitir que os alunos compreendessem a importância da capital não apenas do ponto de vista institucional mas também pela perspectiva cultural, arquitetônica e de qualidade de vida. Dessa forma, os jovens dantianos puderam se inspirar para propor soluções que viabilizassem a melhoria de vida das pessoas.
“Fizemos discussões com conceitos urbanos, arquitetônicos e históricos, relacionando com o projeto também. Foi uma viagem bastante proveitosa, pedagógica, uma experiência de campo. Os alunos foram realmente fantásticos”, relata a professora Simone.
A monumental Embaixada da Itália
A visita à Embaixada da Itália foi um dos momentos mais marcantes da viagem. Além de ficarem deslumbrados com a arquitetura do edifício, os membros da comitiva dantiana puderam ouvir sobre a história da construção da sede oficial do governo italiano no Brasil. “A embaixada italiana segue o projeto de ser monumental. Foi erguida pelos principais projetistas, arquitetos e engenheiros da Itália, que seguiram a ideia de monumentalidade que tem Brasília”, conta a professora Simone.
“O prédio é muito bonito. Fomos muito bem recebidos e ainda pudemos visitar os salões em que o embaixador recepciona os visitantes”, completa. O aluno João Miguel Sastre, da 1ª série I, corrobora a fala da professora. “Gostei muito da Embaixada da Itália, é lindíssima. Conseguimos ver tudo, e eles foram supersimpáticos. Foi muito bacana ir lá.”
Brasília surpreende e inspira
A organização da capital, cujo plano urbanístico foi elaborado pelos arquitetos Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, surpreendeu positivamente os estudantes, que voltaram de lá com outra percepção da cidade. “Eu sabia que Brasília era organizada e tinha uma formação diferente, mas ela é muito mais bonita de perto. Não passa a sensação de um lugar marcado só pela política”, diz João Miguel. Para o aluno, a visita ao Palácio do Itamaraty “foi o ponto alto da viagem” e sanou de vez as dúvidas sobre em que área pretende atuar profissionalmente. “Eu estava pensando ainda, mas agora eu decidi que vou cursar diplomacia. Vi a realidade e falei: ‘É isso que eu quero’.”
Sua irmã e colega de classe, Camila Sastre impressionou-se com a “organização da cidade” e com as diferenças em relação a São Paulo. “A arquitetura é toda combinada. É muito satisfatório de ver [os projetos arquitetônicos], porque tudo parece que se encaixa perfeitamente.”
A sede do Poder Executivo federal também serviu como inspiração para os últimos ajustes do projeto interdisciplinar. Camila, por exemplo, encantou-se com o Lago Paranoá devido à sua função original. “É um lago artificial feito para amenizar o clima da região, que é seco e quente. Meu grupo está trabalhando com falta de água, então achei incrível a forma como o lago foi montado e a estrutura de saneamento.”
João Miguel, por sua vez, acredita que a experiência na capital federal pode contribuir com o projeto de seu grupo, voltado para o tratamento de esgoto em comunidades periféricas de São Paulo. “Por ser uma cidade planejada, Brasília já tem muitas soluções que você consegue ver aplicadas. Foi algo bem palpável. A viagem nos ajudou a ter uma percepção melhor dos problemas”, conclui o dantiano.
