Estudo por imersão: alunos da 2ª série do Ensino Médio viajam para cidades históricas de Minas Gerais

Publicado em 26 de agosto de 2022 às 15:34
Categorias: ,
Alunos da 2ª série em frente à Igreja São Francisco de Assis, em Mariana – MG

Circular pelas cidades históricas de Minas Gerais é imergir em uma importante parte da cultura brasileira. E foi exatamente isso que os dantianos da 2ª série do Ensino Médio fizeram entre os dias 28 e 31 de julho durante a viagem pedagógica para as cidades históricas de Minas Gerais!

Resultado de uma parceria de longa data com uma agência de viagens voltada para educação ambiental, a saída educacional está associada ao projeto interdisciplinar da série: “Patrimônios: preservação, conservação e acesso em tempos de emergência climática”.

A viagem teve como objetivo promover a reflexão sobre a importância de encarar a história, cultura, arte, literatura, costumes, fé e crenças do Brasil como patrimônios imateriais e, simultaneamente, visitar patrimônios materiais e naturais que devem ser preservados e conservados, visto que eles reúnem parte da essência do país.

Projeto interdisciplinar, emergência climática e patrimônios

A saída educacional também foi uma oportunidade para os alunos coletarem informações para o projeto interdisciplinar que consiste na criação de um produto físico que ofereça soluções/reflexões para amenizar determinado problema ou situação adversa que esteja relacionada com os patrimônios culturais e ambientais brasileiros, materiais ou imateriais.

“A proposta é criar algo que traga uma reflexão relevante e pertinente sobre a importância de preservar patrimônios materiais e imateriais, incluindo a natureza, porque emergência climática é a expressão da ordem do dia”, explica a professora de produção textual Patrícia Cajai.

O trabalho está sendo desenvolvido durante as aulas de STEAM-S, mas todos os componentes curriculares estão participando ativamente do projeto: “nas aulas de química e física os alunos aprendem as informações teóricas necessárias para o desenvolvimento do projeto; nas aulas de produção textual eles fazem o resumo científico que posteriormente será publicado no Dante GEN; já nas aulas de matemática eles calculam os custos desse projeto para ver se sua criação é viável ou não”, completa a professora.

Leitura, artes e cultura

A viagem foi estruturada a partir da leitura da obra “Romanceiro da Inconfidência”, de Cecília Meireles, que é uma das leituras obrigatórias para o vestibular da Fuvest. O livro tem como cenário Vila Rica, atual Ouro Preto, e descreve a sociedade de Minas Gerais do século XVIII, com destaque para a Conjuração Mineira e a corrida pelo ouro. Afinal, foi a riqueza trazida pelo ouro que financiou a arquitetura, o urbanismo e as artes das cidades mineiras.

Igreja Nossa Senhora do Pilar, capa do livro Romanceiro da Inconfidência, de Cecília Meireles

Nesse contexto, os alunos visitaram as cidades de Congonhas, Ouro Preto, Mariana e Brumadinho, com destaque para o Instituto Inhotim – com um dos mais importantes acervos de arte contemporânea nacionais, considerado o maior museu a céu aberto do mundo.

Durante o percurso, os alunos participaram de uma oficina de pedra sabão e foram a vários pontos turísticos, como igrejas, museus, a praça Minas Gerais e uma mina de extração de ouro.

Dantianos em mina de extração de ouro
Alunos em oficina de pedra sabão

Com patrimônio histórico não se brinca, se valoriza!

As cidades e os seus arredores estão além da história: são centros arquitetônicos de valiosa composição urbana e cultural que constituem um dos maiores patrimônios históricos materiais e imateriais do Brasil – um dos focos da saída educacional.

Baruque, uma das estátuas integrantes do estatuário “Os Doze Profetas”

“Por meio da viagem conseguimos reunir muitas informações e conteúdos sobre como podemos manter culturas vivas, de modo a conservá-las. Além disso, através da visita ao Instituto Inhotim conhecemos a logística do museu, então entender seu funcionamento e manutenção foi fundamental para o avanço do projeto interdisciplinar”, conta o aluno André Siomi, da 2ª série H.

“A viagem, sobretudo para Ouro Preto, foi importante porque há uma mentalidade histórica regida pela fé que foi materializada na arquitetura dos monumentos, construções e planejamento da cidade, que foi importante para nós enquanto constituição de uma nação. Além disso, a saída foi fundamental para que os alunos aprendessem o conceito de patrimônio: a paisagem colonial intacta, a comida, os cheiros e as manifestações artísticas do barroco e do rococó ajudam a entender o porquê de a cidade ter sido tombada pelo Iphan”, frisa a professora de produção textual Patrícia Cajai.

Interior do Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, em Congonhas

Um Brasil até então desconhecido

Para a aluna Maria Avallone, da 2ª série H, a viagem foi uma experiência única de estudo por imersão. “Além de eu ter tido a oportunidade de ver cidades que participaram do processo de formação do nosso país, também foi uma experiência única de poder viajar com meus colegas e meus professores e ver coisas que eu já tinha visto em sala de aula de uma forma completamente diferente”, revela a dantiana.

A viagem também foi essencial para os alunos ultrapassarem os limites dos muros do Colégio e entenderem que há outros brasis para se conhecer, além daquele com que eles já estão familiarizados, afinal há outras histórias dentro das histórias ensinadas em sala de aula pedindo para ser exploradas. “Foi muito interessante poder ver a história viva. A viagem teve um apelo mais cultural, então foi interessante para sair da nossa bolha social urbana e vivenciar outros cotidianos e outras maneiras de existir e ser”, completa o aluno André.

Novas habilidades socioemocionais

Alunos em Jardim dos Passos

Por fim, a jornada de quatro dias pelas cidades históricas de Minas Gerais foi importante para o desenvolvimento da autonomia e independência dos alunos, além do estreitamento de vínculos. “Por termos ido em um grupo relativamente pequeno, os guias e a professora levavam muito nossa opinião em consideração, o que nos estimulava a ser mais responsáveis e autônomos. Fora a questão da convivência, que é bem diferente: acho que a viagem serviu para fortalecer a relação entre aluno e professor, além de enriquecer o vínculo que eu tinha com alguns colegas, afinal criamos memórias e lembranças importantes”, explica a dantiana Maria. 

,
Liceo Scientifico, opzione Scienze Applicate - Scuola Paritaria Italiana Cambridge - English Qualifications Mizzou - University of Missouri
error: Conteúdo protegido!!