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Faltam menos de seis meses para os alunos da 3ª série do Ensino Médio tocarem o sino do Colégio e encerrarem o maior ciclo de suas vidas até agora: a escola. De fato, tudo é uma despedida, e as aulas no laboratório não fogem à regra: houve uma última vez.
Porém, foi uma aula especial! Diferente da maioria das turmas de 3ª série passadas, o Terceirão de 2022 passou praticamente metade do Ensino Médio de quarentena, com aulas remotas devido à pandemia de coronavírus, e perdeu muitas atividades presenciais, incluindo aulas no laboratório. Por isso, os professores recorreram a algumas técnicas inéditas para conseguir manter o conteúdo acadêmico interessante e estimular os alunos, mesmo com o ensino à distância. Uma delas foi a elaboração, em 2021 – ano em que esses alunos estavam na 2ª série do Ensino Médio – de uma apostila denominada “Paciente Brasileiro”, inspirada no filme “Paciente Inglês”. A apostila conta a história platônica do paciente Paolo e da médica Fernanda – personagens cujos nomes foram inspirados nos professores de biologia Paola Sanchez e Fernando de Domenico.
A narrativa foi criada visando ajudar os alunos a compreender melhor as doenças verminoses, parasitoses e protozooses – conteúdo pertencente à grade curricular de biologia da 2ª série do Ensino Médio. Assim, na história, o paciente Paolo frequentemente contraía essas doenças e cabia à doutora Fernanda diagnosticá-las, a partir dos sintomas apresentados por ele.
Mão na massa
Com o fim de 2021, para a tristeza de muitos, a história de Paolo e Fernanda finalmente se encerrou. No entanto, o ano de 2022 trouxe o enredo de volta, agora com novidades: a coordenadora do Departamento de Biologia, professora Paula Galvão, programou uma última aula no laboratório com uma continuação especial da história de Paolo e Fernanda!
O conteúdo curricular da 3ª série de biologia é, entre outros, genética contemporânea, assim, a narrativa dos queridos personagens Paulo e Fernanda se voltou para essa temática. Em dado momento da história, a doutora Fernanda precisava saber se um paciente desfigurado, com as digitais corroídas e em coma no hospital era Paolo. Para isso, ela recorreu à técnica de impressão digital genética – característica do DNA que permite diferenciar cada indivíduo. Lembrando que a saliva de Paolo estava em uma xícara de café de sua casa, a doutora Fernanda coletou o DNA que estava na xícara para posteriormente fazer o sequenciamento e a comparação com o DNA do homem em coma.
E, no laboratório do Colégio, os alunos simularam tudo. “Os alunos recolheram o material genético que estava presente nas xícaras que trouxemos para a aula. Depois, como a análise da amostra envolvia a utilização de luz ultravioleta/luz negra, escurecemos o laboratório. O material genético foi, então, colocado no eppendorf para depois ser centrifugado na microcentrífuga. Em seguida, após a centrifugação, os alunos ainda utilizaram o agitador vórtex, o termociclador e o gel de agarose para finalmente terem o DNA do Paolo em mãos. Além do DNA do Paolo, analisamos o DNA da Fernanda e do homem que estava em coma, que, por sua vez, era idêntico ao do Paolo, o que nos levou à conclusão de que o homem em coma era definitivamente o Paolo”, explica a professora Paula Galvão.
História memorável: personagens marcantes e vale lembrancinha para casa
Ao final da atividade, os alunos conseguiram levar de lembrança para a casa o eppendorf contendo o material genético coletado amarrado em um cordão para ser usado no pescoço.
“Nós juntamos os personagens que os acompanharam no processo de aprendizagem de biologia da 2ª série do Ensino Médio com a matéria de tecnologia de identificação do DNA da 3ª série, então eles ficaram bastante nostálgicos e amaram a aula; houve selfies, fotos e até lives no Instagram! Vale ressaltar que o Dante comprou este ano os equipamentos usados na atividade, sendo o único colégio do estado de São Paulo a contar com esse investimento de grande porte”, relata a professora Paula.
Adeus, laboratório!
Para a aluna da 3ª série H, Lya Polesello, a aula foi uma oportunidade única de colocar em prática o conteúdo visto em teoria na sala de aula: “apesar de a 3ª série ser bem corrida e não termos tempo para aulas no laboratório, foi uma experiência incrível ter visto na prática o que aprendemos em teoria na sala de aula. Além disso, entender como funcionam os equipamentos novos do laboratório foi significativo até para o vestibular: é interessante poder recorrer à memória da ação acontecendo em vez do conteúdo escrito na lousa. Não são todas as escolas que oferecem essa oportunidade, e o Dante proporcionar isso é muito importante”.
A estudante Nathália Rocha, também da 3ª série H, ainda afirma que foi emocionante estar no laboratório – ambiente, durante o ano passado, frequentado pelos alunos ao menos duas vezes na semana – por uma última vez. “Iremos sentir falta do laboratório. No ano passado, os professores de biologia Fernando e Paola criaram uma história para nos ajudar com o conteúdo, e voltar lá e ver que eles fizeram questão de continuar a história foi bem emocionante. Além do vínculo com os professores, acabamos criando um vínculo especial e pessoal com os personagens, o que nos deu ainda mais vontade de fazer o experimento e tornou a aula ainda melhor”, completa a aluna.
