Dantiana conquista medalha de prata na Genius Olympiad com projeto de tratamento para o câncer de mama

Publicado em 30 de junho de 2022 às 9:22
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A aluna Beatriz Cannatá, da 3ª série do Ensino Médio do Dante, conquistou o segundo lugar na categoria “Science” da Genius Olympiad. Trata-se de um dos principais eventos do calendário internacional de olimpíadas, reunindo mais de 800 projetos de estudantes do mundo todo na edição 2022, cujo anúncio das premiações ocorrera no dia 18 de junho.

Aos 16 anos, Beatriz ganhou a medalha de prata com o projeto “Busca por compostos naturais, produzidos por bactérias marinhas em ilhas de São Sebastião e Ubatuba, para avaliar possíveis efeitos em células do câncer de mama”. O trabalho já havia sido premiado nas duas últimas edições da FeNaDANTE, com o terceiro lugar na categoria Galileo Galilei, em 2020, e com o destaque do Centro Universitário São Camilo e credenciamento para a Mostra de Ciência e Tecnologia da Escola Açaí (MCTEA), em 2021.

“Até então, eu só tinha participado de feiras nacionais. A Genius foi uma indicação que eu não esperava. Só de ter sido indicada, eu fiquei muito feliz. Por ser uma competição internacional e ter que apresentar meu projeto em inglês, eu estava muito preocupada. Foi um processo seletivo muito difícil. Fiquei muito surpresa, em estado de choque, e demorei para digerir que tinha ganhado a medalha de prata”, contou Beatriz.

Projeto de Beatriz Cannatá na Genius Olympiad
Apresentação em inglês da aluna Beatriz Cannatá

O estudo começou a ser desenvolvido em 2018, no Cientista Aprendiz, programa de pré-iniciação científica do Dante. O projeto consiste em desenvolver um método mais brando do que a quimioterapia no tratamento contra o câncer de mama. Para isso, busca-se utilizar substâncias provenientes de bactérias marinhas da costa brasileira e das ilhas oceânicas que apresentem atividade antitumoral.

“O Cientista foi responsável por muitas mudanças na minha vida. Eu senti que ele me ajudou demais na questão do amadurecimento. Eu me tornei mais organizada e centrada, porque era um projeto que não acabaria no final do ano como todos os outros que já havia realizado. O Cientista me proporcionou experiências únicas, além de ter me ajudado em questões de apresentação e criação de relatórios, o que, com certeza, será muito importante para minha vida acadêmica”, disse a dantiana.

Orientadora de Beatriz no projeto, a professora Camila Rizzo comemorou a premiação e valorizou o esforço de sua aluna. “Essa medalha representa uma grande conquista para o Cientista Aprendiz e para a Beatriz. É um reconhecimento internacional do maravilhoso empenho da aluna. Também é um reconhecimento para todos os alunos e professores orientadores do programa.”

Beatriz Cannatá é premiada na Genius Olympiad
A aluna Beatriz Cannatá (à esquerda) pretende estudar medicina na universidade

Motivação e parceria

Por trás da origem do trabalho, houve uma luta familiar contra a doença. Em 2017, uma tia próxima de Beatriz precisou fazer quimioterapia para combater o câncer de mama. “Na época, eu estava no 7º ano e não entendia por que um tratamento que deveria fazer com que uma pessoa melhorasse fazia com que ela ficasse pior. Nesse mesmo ano, houve uma feira de ciências em parceria com a Nasa, e eu quis desenvolver algo relacionado ao câncer de mama. Meu projeto nem foi selecionado, mas o professor Tiago Bodê viu a minha dedicação e me indicou ao Cientista Aprendiz”, relatou a dantiana.

Enquanto desenvolvia seu projeto, Beatriz conheceu o trabalho da bióloga Leticia Lotufo por meio de uma reportagem sobre a atividade antitumoral das bactérias marinhas. Após apresentar seu estudo em 2019, a aluna foi convidada a realizar a etapa experimental no Laboratório de Farmacologia de Produtos Naturais Marinhos da USP, dirigido pela pesquisadora. Desde então, exceto pelo período que marcou o auge da pandemia, ela visita o local às sextas-feiras para dar prosseguimento ao seu trabalho.

No momento, o projeto se encontra em um estágio decisivo, uma vez que os extratos de bactérias marinhas coletados nas cidades de São Sebastião e Ubatuba, no litoral paulista, estão sendo submetidos a testes em células tumorais do câncer de mama. “Já testei 20 extratos em células tumorais do câncer de mama, então vamos ver se vai dar alguma coisa”, explicou Beatriz, que sonha em ser médica.

Determinada a contribuir com pessoas que sofrem com câncer, a estudante prestará o vestibular de medicina no final deste ano. Inclusive, ela já até vislumbra uma especialização em oncologia, ramo da ciência que se dedica ao estudo dos tumores. “Depois que minha tia teve câncer, fiquei muito chateada por não conseguir ajudar de alguma forma. Então, era uma motivação para continuar o projeto, justamente para ajudar alguém que vai precisar de mim no futuro”, concluiu.

Abaixo, confira os outros projetos de alunos do Dante na Genius Olympiad:

Título: Ecolocalização na inclusão de cegos: um novo dispositivo de tecnologia assistiva para orientar pessoas com deficiência visual em espaços públicos.
Aluna: Mariana De Viglio Trindade (3ª Série D).
Orientador: Tiago Bodê.
Co-orientadores: Rodrigo Assirati Dias; Sandra Maria Rudella Tonidandel.
Premiação conquistada: menção honrosa na categoria Ciência.

Título: Desenvolvimento de uma estação de monitoramento de baixo custo para prevenção de deslizamentos em áreas urbanas sujeitas a riscos geológicos.
Aluno: Lucas Hadlich Camargo Sampaio (2ª Série D).
Orientador: Wayner de Souza Klen.
Premiação conquistada: menção honrosa na categoria Ciência.

Título: Adsorção de fenol de águas residuais por biocarvão de casca de laranja.
Aluna: Maria Elisa Andrade Prado Teixeira (3ª Série D).
Orientador: Naãma Cristina Negri Vaciloto.
Co-orientadores: Mara Pane.
Premiação conquistada: o projeto não obteve premiação.

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