Alunos participam de módulo sobre economia

Publicado em 10 de junho de 2013 às 17:58
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O Departamento de Geografia do Colégio Dante Alighieri ofereceu, em maio de 2013, o módulo de estudos “Economia Brasil”. As aulas, destinadas a alunos do Ensino Médio, abordaram diversos fatores relacionados à economia nacional, como as maiores oportunidades e ameaças para o desenvolvimento do país, além de elementos que têm chamado a atenção de investidores de outros países.

Os dantianos receberam uma apostila que contextualiza tudo o que foi trabalhado no encontro com os professores Marcelo Spinola da Silva, Márcia Regina Saltini e Everaldo Marino Vellardi, coordenador do Departamento de Geografia.

No início da aula, os professores destacaram que o Brasil está entre os dez países que mais captam investimentos estrangeiros, e que os países emergentes receberam, em 2010, 53% de tudo o que foi investido no mundo, de acordo com a ONU.

O primeiro questionamento do encontro foi: do que o mundo vem atrás? “O Brasil é uma grande fonte de recursos naturais, como petróleo, minério de ferro e terras agrícolas, além de ser um país politicamente aberto e não ter conflitos com os vizinhos. Os juros elevados também são um grande atrativo”, explicou o professor Marcelo. “Mas fatores externos também favorecem o país. A crise norte-americana e a europeia, por exemplo, fazem investidores preferirem regiões mais estáveis e virem para cá.”

Os professores também apontaram dados relacionados à suposta queda na desigualdade social no país, apesar de serem essas distorções ainda muito visíveis. Utilizando dados publicados pela revista Exame em 2011, os professores apontaram um crescimento das classes sociais A, B e C, ante uma redução da D e da E – a estes dois últimos segmentos pertencem 39% da população, ganhando até R$ 1.603; 50% está na classe C, com renda de R$ 1.603 a R$ 6.911, enquanto 11% está na A e na B, com ganhos acima do último valor citado.

A professora Márcia aproveitou para sugerir uma reflexão sobre a política de comércio exterior tanto dos países desenvolvidos como dos emergentes, lembrando, ainda, da eleição do diplomata brasileiro Roberto Azevêdo à diretoria-geral da Organização Mundial do Comércio. “Será que a eleição de um brasileiro vai promover alguma mudança considerável na organização e no comércio mundial? Acusam o Brasil de protecionismo, mas sempre há questionamentos do gênero envolvendo vários países”, apontou a professora, destacando, por exemplo, que os Estados Unidos e a União Europeia planejam estabelecer um acordo de livre comércio como forma de combater a crise, algo que poderia levantar críticas de outros países que se sentiriam prejudicados.

O denominado “custo Brasil”, que são os empecilhos estruturais e burocráticos com que o país convive, e pelos quais é prejudicado enquanto tenta desenvolver a economia, também foi abordado. Como exemplo sobre problemas logísticos e de infraestrutura, Marcelo falou de prejuízos que o comércio brasileiro enfrenta devido às dificuldades logísticas no transporte de cargas comercializadas em larga escala e carregadas por via terrestre até o porto de Santos.

“As estradas brasileiras são horríveis, e a mercadoria fica mais cara pela dificuldade em transportá-la até o porto de Santos. Na época de colheita de soja, não é um caminhão que faz o transporte do produto, e sim milhares. O porto de Santos não comporta essa movimentação, e a espera para o embarque é longa, resultando, entre outras coisas, na perda de produto e de compradores. A China deixou de comprar três navios de soja recentemente por isso. Às vezes, temos mercado para explorar, mas não temos como vender a ele”, afirmou.

A burocracia também entrou em pauta. “No Brasil, empresários podem levar três meses para abrir uma empresa. Na Austrália, leva-se dois dias. Também precisamos de uma reforma tributária há décadas, mas questões de interesse político muitas vezes acabam demorando a ser resolvidas”, comentou a professora Márcia.

O agronegócio foi analisado no quadro de sua relevância às regiões do país. Em alguns estados, com efeito, o valor do Produto Interno Bruto (PIB) é fortemente influenciado pelo agronegócio. No Mato Grosso do Sul, por exemplo, a porcentagem chega a 77,2%; no Mato Grosso, 70,2%; São Paulo, com 23,7%, é o estado com o maior PIB no agronegócio do país (em 2005, foram R$ 146 bilhões gerados por este setor, bem à frente do segundo colocado, o Rio Grande do Sul, com R$ 66 bilhões).

“Mas nem sempre é fácil entrar nesse ramo competindo com empresas tão fortes. E como é que o pequeno sobrevive ao grande? Unindo-se a outros pequenos por meio de cooperativas e associações, por exemplo”, explicou o professor Everaldo, que lembrou, ainda, da desvantagem de se trabalhar principalmente comercializando matéria-prima, e não produtos com valor agregado (vendendo, por exemplo, minério de ferro em vez de itens produzidos com ele). “Entrar só com a matéria-prima dá bem menos dinheiro do que comercializar material com valor agregado. O lucro, desse modo, acaba sendo pela quantidade, e não pelo valor de venda.”

Os professores debruçaram-se, ainda, sobre outros assuntos, como as commodities, a inflação, os desafios de se aprimorar o comércio brasileiro nos próximos anos, o denominado processo de desindustrialização e o surgimento de diversas áreas industriais fora de eixos tradicionalmente conhecidos pelo país.

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