3ª série tem módulo sobre movimentos migratórios

Publicado em 28 de outubro de 2013 às 14:08
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O Departamento de Geografia do Colégio Dante Alighieri ministrou o módulo “O mundo em movimento: o atual movimento migratório” para a 3ª série do Ensino Médio em 24 de outubro. A aula, proferida pelos professores Marcelo Spínola da Silva, Márcia Regina Saltini e Everaldo Marino Vellardi, coordenador do Departamento, teve como foco a preparação dos estudantes para o vestibular.

Ao professor Everaldo coube realizar a introdução do módulo, explicando rapidamente os assuntos que seriam estudados. Ele também citou o saldo migratório interno do país hoje. “São Paulo, Santa Catarina e Goiás são os estados que mais recebem migrantes. Já Bahia e Maranhão têm as maiores taxas de evasão”, explicou.

Em seguida, a professora Márcia complementou a introdução do professor Everaldo, ressaltando que a intenção do módulo foi tratar os movimentos migratórios mais recentes, que muitas vezes ainda não estão nos livros didáticos.

A professora começou sua exposição com dados que mostram uma diminuição do fluxo migratório para o Sudeste nos últimos 30 anos (apesar desta região se manter como o principal polo atrativo – o que ocorre desde a década de 1950 – em decorrência de fatores como a indústria mais desenvolvida).

A cidade de São Paulo, que historicamente sempre recebeu grande quantidade de migrantes, se mantém como polo de atração, mas também vê a redução do número de pessoas que chegam. Isso ocorre, em muito, por problemas da capital paulista, tais como trânsito, burocracia, mão de obra mais cara e sindicatos fortes.

Como destacou o professor Everaldo, ocorre uma “desconcentração concentrada”. Ou seja, as pessoas deixam grandes metrópoles e vão para cidades médias (que possuem até 500 mil habitantes).

Outra situação apresentada pelos professores foi a “migração circular”, na qual os migrantes não encontram melhores condições de vida nas grandes metrópoles e acabam retornando para seu local de origem. “A emigração do Nordeste é histórica, causada por dificuldades do local, como a fome; historicamente, o Nordeste forneceu mão de obra para os diferentes ciclos econômicos do Brasil; entretanto, nos últimos anos, têm surgido polos de desenvolvimento econômico (indústria, turismo) nessa região, o que promove um retorno dos nordestinos à sua terra natal”, explicou o professor Marcelo, diferenciando “migração circular” de “migração pendular” (esta última é diária; as pessoas deixam seus locais de origem para trabalhar e retornam em seguida).

Os professores ainda pontoaram outros fluxos migratórios no Brasil: com o fim da expansão da fronteira agrícola, tem ocorrido uma inversão do trajeto, caminhando agora dos estados do Centro-Oeste para o Paraná. Há também uma inversão do fluxo entre Rio de Janeiro e Minas Gerais, com o último passando a receber mais migrantes.

Na parte final do tópico sobre os fluxos migratórios internos, os professores assinalaram a existência de preconceito contra migrantes – principalmente contra nordestinos. Entretanto, ressaltaram que a interação cultural é maior do que esse problema, promovendo uma mistura de elementos e costumes das diferentes regiões do Brasil.

Brasil: polo de atração

A região Sudeste é a que mais “exporta” brasileiros para o exterior. Entre os destinos, os Estados Unidos são os que mais recebem brasileiros, seguidos por Portugal, Espanha, Japão, Itália e Inglaterra.

Contudo, segundo os professores, nos últimos anos, o Brasil se tornou um polo de atração. Com a crise na Europa, brasileiros que haviam ido embora têm retornado. Mais do que isso: portugueses, argentinos, bolivianos, venezuelanos e haitianos têm vindo para o país. “O Brasil se tornou um país de oportunidades: sobram vagas para pessoas qualificadas. Por exemplo, no setor petrolífero. Assim, pessoas mais qualificadas chegam ao país para receber bons salários. É o chamado repatriamento de cérebros”, explicaram os professores.

O professor Everaldo fez questão de falar do programa “Mais Médicos”, que traz novos estrangeiros para o Brasil, visto que foram contratados médicos de países como Portugal, Cabo Verde, Espanha, Colômbia, Venezuela, Argentina e Cuba.

O coordenador do Departamento de Geografia, ao comentar a forte presença de haitianos no Brasil (o que se deve, em muito, ao fato de o país prestar grande apoio ao Haiti), destacou um fato ocorrido durante a última Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro em julho de 2013. Na ocasião, migrantes do Paquistão, da República Democrática do Congo e de Serra Leoa vieram para o evento e pediram refúgio ao governo brasileiro, alegando, entre outros motivos, a necessidade de fugir de conflitos armados e das perseguições por questões religiosas.

Fluxos migratórios na América

A respeito dos fluxos migratórios no continente americano, segundo dados apresentados no módulo, ao longo da história, os Estados Unidos receberam 50 milhões de imigrantes, enquanto a Argentina abrigou 7 milhões de imigrantes, 2 milhões a mais que o Brasil.

Atualmente, o México tornou-se um polo de atração – principalmente de empresários norte-americanos e espanhóis. Entre os fatores que geram esse novo cenário está a crise econômica na Europa e nos EUA, somada ao crescimento econômico mexicano. O país latino-americano, porém, ainda luta para superar problemas nas áreas de segurança e educação.

Pelo mundo

Na parte final do módulo, os professores apresentaram dados a respeito dos fluxos migratórios pelo mundo, apontando que a motivação para esses deslocamentos está relacionada a fatores estruturais e conjunturais (como crises econômicas e guerras). Foram citados como exemplos a República Democrática do Congo e a Síria, que hoje, em virtude de guerras internas, apresentam milhões de refugiados.

Aliás, na África, guerras muitas vezes motivam a emigração. No módulo, os professores falaram sobre o aumento de migrantes subsaarianos para o Brasil, a Colômbia e a Argentina. Já na Ásia, catástrofes naturais (como terremotos e inundações) geram emigração da China, Japão, Índia, Paquistão e outros. Surge assim o conceito de migrações ambientais. O tema é novo e causa discussões na pauta do Direito Internacional, não tendo ainda uma regulamentação.

Os professores citaram a situação da Europa, que sofre com a crise econômica. Diante da evasão e do envelhecimento de sua população, os países europeus tomam medidas como o Programa de Estocolmo, que torna menos rígidas as regras para a chegada de imigrantes.

Por fim, os professores falaram sobre as fronteiras vigiadas e os muros utilizados para barrar a migração.

“O que gosto nos módulos é a forma como os professores passam as informações. Eles pedem opiniões, debatem. É diferente de uma aula normal”, afirmou a aluna Karina Freitas, da 3ª série D, que pretender prestar vestibular para Publicidade e Propaganda.

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