Pais e educadores recebem especialista em drogas

Publicado em 2 de setembro de 2014 às 14:12
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O Colégio Dante Alighieri recebeu, nos dias 25 e 27 de agosto, o psicólogo Murilo Campos Battisti, especialista em prevenção de drogas e doutor em dependência química, para conversar com pais e educadores sobre o consumo de álcool e o uso de outros psicoativos na adolescência. Ambas as apresentações ofereceram uma contextualização geral do impacto do acesso às substâncias, principalmente o álcool, em idades variadas, mas, enquanto a primeira palestra deu mais atenção a jovens de 10 a 13 anos, a segunda se aprofundou no diálogo com adolescentes de 14 a 17 anos.

Falando de diversas possibilidades de haver contato com o álcool, Murilo abordou a existência de “ritos de passagem” da puberdade e explicou que a ingestão de bebidas alcoólicas pode ser considerada uma delas. “Há tribos, por exemplo, que convocam jovens de 12 anos a fazer um teste de coragem. Se ele passar, pode ser considerado um homem e um guerreiro. Hoje em dia, nessa sociedade regida pela tecnologia, tudo é muito rápido e não se vive mais ritos como esse, mas há eventos que ocupam esse espaço”, afirmou.

“Festas de 15 anos foram muito populares há não muito tempo e podem ser consideradas outro rito. E o uso de álcool também é um dos ritos de sociedades etilistas, tendo aqueles amigos e parentes que dizem que o adolescente que bebe ‘está virando homem, cresceu’.”

Falando dos efeitos da ingestão de álcool, Murilo afirmou que, levando em conta suas possíveis consequências e os índices de consumo no país, o tema é pouco abordado, principalmente pela imprensa. “Fala-se muito no crack, por exemplo, e é importante que falem do assunto. Mas há muito pouco debate sobre o álcool, que é como um elefante gigante, dentro de um quarto, a quem ninguém dá atenção”, disse. O psicólogo também disse ter constatado que é comum, embora não seja indicado, que os adolescentes se aproximem do álcool por meio de sua família. “É uma droga muito íntima, e em metade dos casos o contato começa com a própria família.”

Ele também falou de fatores que podem afastar ou aproximar os adolescentes do consumo da substância. “Há fatores de risco, como idas a festas e a disponibilidade de bebida. Se o álcool estiver presente, a pessoa pode acabar bebendo. Por outro lado, há fatores de proteção. Constatamos que almoçar com os pais, por exemplo, reduz pela metade as chances de o adolescente se aproximar do álcool”, afirmou.

Várias situações foram abordadas no decorrer do encontro, como a tendência, regida por fatores biológicos, de o álcool afetar mais o organismo das mulheres do que o dos homens, e o impacto que a bebida pode ter na performance das pessoas nos estudos. Explicando que não há “fórmula mágica” para conversar com os adolescentes sobre esse assunto, ele afirmou que a única evidência é que o radicalismo tende somente a prejudicar o relacionamento familiar. “Certa vez, conversei com um pai que expulsou o filho de casa ao saber que ele bebia, e que, tempos depois, sofria por ainda não ter conseguido uma reconciliação”, disse.

Outro dado interessante foi a análise de postura dos pais com relação a esse e outros assuntos. Entre as quatro posturas identificadas, a mais eficiente na prevenção contra psicoativos foi a de pais “autoritativos”, ou seja, de pais que “cobram e dão amor”; já a de pais autoritários, que “cobram e não dão amor”, foi menos eficiente no estímulo à prevenção; a de pais indulgentes, que “não cobram e dão amor”, apontou a chance de duplicar as tendências de acesso ao álcool; e a de pais negligentes, que “não cobram, nem dão amor”, apresentou um risco três vezes maior de exposição às drogas.

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