PROJETOS

Olhar para um fio de cabelo e imaginar materiais com uma espessura 10 mil vezes menor parece ser difícil, mas para a Ciência é uma realidade. O estudo dos nanomateriais passou a ser de interesse a partir de 1989, quando o pesquisador Donald Eigler da IBM conseguiu manipular 35 átomos de xenônio para escrever a sigla “IBM” utilizando o microscópio de varredura por tunelamento. Isto porque as nanopartículas exibem comportamentos diferenciados quando comparados a partículas de tamanhos maiores. Uma das mais importantes propriedades exibidas é a elevada área superficial, por isso esses materiais são mais reativos e de grande atividade catalítica. Tais características são vantajosas do ponto de vista tecnológico, pois esse aumento na reatividade pode permitir uma redução na temperatura de processamento, gerando economia nos gastos com energia, por exemplo. Exemplos recentes de nanomateriais se referem aos alótropos do carbono, dentre eles fulerenos, descobertos na década de 1980; nanotubos de carbono, descobertos na década de 1990; grafeno, sintetizado em 2004, na Universidade de Manchester. Os nanotubos de carbono, por sua vez, possuem muitas propriedades que permitem seu uso na tecnologia e na ciência, entre elas: alta resistência mecânica e capilaridade, além de apresentar estrutura eletrônica única, apontando para diversas aplicações no futuro. Outra característica é que ele possui uma condutividade elétrica elevada. Com essas aplicações os nanotubos podem ser usados como condutores elétricos, por exemplo fios, invés de fios de cobre. Alguns estudos apontam a potencialidade de se obter nanotubos de carbono a partir de resíduos agrícolas, como foi feito com o bagaço da cana-de-açúcar. Assim, neste projeto, pretende-se produzir nanotubos de carbono com resíduos de laranja e analisar possíveis aplicações.