PROJETOS

DIÁLOGO ENTRE RAÇA E RELACIONAMENTOS ABUSIVOS: UMA ANÁLISE QUALITATIVA DE MULHERES PAULISTANAS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

Alunos(as): Ana Cristina Azzolini Bertaccini
Prof.(a) Orientador(a): Ana Carolina Batista de Almeida Farias

Ano: 2023

Premiações

Resumo

O presente projeto visa identificar uma ligação entre o Transtorno de Personalidade Antissocial (TPAS) e características psicológicas da criança afetada por abusos, em especial os mecanismos de defesa apresentados pelo indivíduo com TPAS. O TPAS, conhecida popularmente como “psicopatia”, é descrito no DSM-V (2013) como “falha em se adequar a um comportamento lícito e ético e egocêntrico e insensível falta de preocupação com os outros, acompanhada de desonestidade, irresponsabilidade, manipulação e/ou exposição a riscos” (DSM-V, 2013, p. 645). A hipótese deste trabalho é que os traumas de infância podem ser um dos fatores contribuintes para a formação de TPAS em indivíduos. Os principais mecanismos de defesa que podem estar relacionados são: "recalque, projeção, identificação projetiva, introjeção, regressão, deslocamento, negação, conversão, isolamento, inibição, racionalização, anulação, formação reativa, fantasia, sublimação" (Volpi, 2008). Quando os mecanismos de defesa psíquicos possíveis para o indivíduo são muito regredidos, ou seja, não conseguem proteger o psiquismo de maneira eficiente e socialmente adequada, é possível que os sintomas resultantes do trauma infantil apareçam de maneira patológica. Uma das possibilidades de patologia presente nessa situação é o desenvolvimento de um Transtorno de Personalidade Antissocial. Para avaliar essa questão, foram estudados dois casos clínicos presentes na literatura da Psicologia: os casos de Ted Bundy e de Elizabeth Thomas. Pode-se observar, nos relatos das entrevistas e testagens psicológicas que foram realizadas com esses dois sujeitos, com diagnóstico suspeito de Transtorno de Personalidade Antissocial, que eles sofreram graves abusos, físicos e psicológicos, na infância, e desenvolveram mecanismos de defesa semelhantes entre si. A partir dessa observação, pode-se inferir que os traumas sofridos pelos sujeitos se refletem nos mecanismos de defesa que eles apresentam, que estão representados nos sintomas do TPAS que ambos apresentavam.