PROJETOS

CARACTERIZAÇÃO DA COLONIZAÇÃO DA MICROBIOTA INTESTINAL EM RECÉM-NASCIDOS PREMATUROS

Área do projeto: Ciências Biológicas
Alunos(as): Letícia Lussich Hisano
Prof.(a) Orientador(a): Luciana Saraiva Filippos
Cientista Qualificada: Profa Dra Carla Taddei

Ano: 2023

Premiações

Resumo

O Trato Gastrointestinal (TGI) é o sistema responsável pela nutrição, digestão e absorção de alimentos. No intestino existe uma comunidade de microorganismos, constituídos principalmente por bactérias, que recebe o nome de microbiota. A microbiota possui três principais funções: 1. auxiliar na nutrição; 2. prevenir a invasão de agentes infecciosos e controlar o crescimento de espécies patogênicas; 3. controlar a proliferação e diferenciação do epitélio intestinal. Pesquisas recentes mostraram que a microbiota intestinal é formada ainda no útero materno e que sua constituição pode ser influenciada por diversos fatores, incluindo tipo de parto e idade gestacional. Estudos verificaram que a colonização da microbiota intestinal de recém-nascidos (RN) prematuros é diferente dos bebês nascidos à termo, podendo contribuir com problemas de saúde a longo prazo. Com base no exposto acima, o presente trabalho visou caracterizar a colonização da microbiota intestinal em 14 RN prematuros ao longo das quatro primeiras semanas de vida. Para isso, amostras de fezes foram submetidas à extração de DNA, amplificação do gene 16S rRNA, sequenciamento genético e uso de bioinformática para a identificação das bactérias constituintes da microbiota. De uma maneira geral, os resultados mostraram que, ao longo das semanas, a diversidade da composição da microbiota diminuiu e houve predomínio de poucos gêneros e famílias. Os bebês que não foram submetidos a antibióticos tiveram predomínio da família Enterobacteriacea e gêneros Clostridium, Staphylococcus e Enterococcus. Para os bebês que usaram antibiótico tiveram maior contribuição da família Enterobacteriacea, Staphylococcus, Eschericia-Shigella “outros” (gêneros que possuíram abundância menor que 5% em todas as amostras). A família Enterobacteriacea e Enterococcus são comuns no início da colonização de recém-nascidos. Já os gêneros Clostridium, Staphylococcus e Eschericia-Shigella possuem caráter patogênico, sendo comuns em ambiente hospitalar. A presença de gêneros com potencial de infecção também pode estar aumentada nos bebês que usaram antibioticoterapia devido a sua resistência e a imaturidade de seu sistema imunológico. Os resultados obtidos neste trabalho mostram que a microbiota intestinal de recém-nascidos prematuros é influenciada pela contaminação ambiental/hospitalar, e que a pressão seletiva dos antibióticos reforça o potencial patogênico da colonização da microbiota intestinal.