PROJETOS

BLOQUEIO DO RECEPTOR PURINÉRGICO P2X7R PARA O TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON

Área do projeto: Saúde
Alunos(as): Sofia Aumond da Silva Uras e Bianca Galon Paiva
Prof.(a) Orientador(a): Profa. dra. Camila Lauand Rizzo
Cientistas Qualificados: Profa. dra. Ágatha Oliveira Giacomelli, Prof. Dr. Henning Ulrich - IQ-USP

Ano: 2022

Premiações

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns no mundo, cujos sintomas se manifestam em 1-2% da população mundial acima de 65 anos. A DP pode ter seu risco aumentado quando em contato com certas substâncias como chumbo e pesticidas, pela ocorrência de doenças como hipertensão arterial ou após ooforectomia. Entretanto suas causas mais se relacionam com complexas interações entre fatores genéticos e ambientais ainda sob estudo. Sua marca patológica se dá pela deposição anormal de corpos de Lewy nos núcleos de neurônios dopaminérgicos na Substância Nigra, que ocorre devido a disposição não-randômica da alfa-sinucleína. Tais alterações levam a uma resposta em cadeia que culmina em prejuízos na sinapse e morte neural. Seus principais sintomas são conhecidos como a Tríade de Parkinson, sendo eles rigidez, lentidão no movimento e tremor de repouso. Os tratamentos até agora empregados, como Levodopa ou anticolinérgicos, aumentam a concentração de dopamina no Sistema Nervoso Central tendo em vista a atenuação dos sintomas dos pacientes. Há estudos com o foco na busca por outras formas de tratamento para DP, sendo uma das possibilidades a relação da doença com os receptores purinérgicos. Os receptores purinérgicos são receptores sensíveis à purinas presentes na região da Substância Nigra. Estudos mostram a possibilidade de terapias moduladoras para DP usando receptores purinérgicos, onde há a liberação de dopamina em ratos manifestando a DP após ativação dos receptores P2Y1 e P2Y4. Nesse contexto, nossa proposta é investigar como o bloqueio do receptor purinérgico P2X7 poderia ajudar no tratamento da DP. Nossa hipótese é de que o bloqueio do receptor P2X7 irá diminuir a ativação de astrócitos e assim minimizar os efeitos da lesão causada pela DP, tais quais a toxicidade, neurotoxicidade e a gliose, já que sua ativação é causada pela liberação demasiada de ATP, o qual então resulta na morte celular, expansão da lesão e no geral a piora da mesma. A ação dos astrócitos na gliose é benéfica somente em estágios avançados da lesão. Para testar nossa hipótese os seguintes experimentos foram realizados: lesão com 6-OHDA (indução de DP) em ratos, teste rotacional dos ratos para verificação da lesão, inibição do P2X7 com Brilliant Blue G, perfusão para a preservação dos cérebros dos animais, corte dos cérebros em criostato, imunohistoquímica para marcar os astrócitos e quantificação dessas células. Toda a experimentação realizada com animais foi feita pelo grupo do laboratório. A técnica de imuno-histoquímica foi realizada nas fatias dos cérebros a fim de detectar e marcar os astrócitos. Analisamos as imagens das amostras pelo programa ImageJ e não foi encontrada alteração na ativação dos astrócitos nas áreas analisadas. Dado que nas áreas em pixels analisadas das amostras tanto do Estriado quando da Substância Nigra, ão foram observadas mudanças significativas na ativação dos astrócitos entre o grupo controle e o grupo tratado com o inibidor do receptor P2X7, concluímos que nossa hipótese foi refutada, já que nas condições analisadas, a inibição de tal receptor não afetou consideravelmente a quantidade de astrócitos ativos, não sendo capaz, portanto, de impedir o progresso da lesão da Doença de Parkinson, uma vez que os astrócitos quando ativados desencadeiam desequilíbrio na secreção de quimiocinas e citocinas e aumento da degeneração.