PROJETOS

A poluição nas águas é um grave problema ambiental, sendo os efluentes industriais os responsáveis por 15% de sua contaminação. O fenol é uma das substâncias tóxicas presentes nos efluentes industriais, principalmente quando se trata de indústrias de papel e celulose, refino de petróleo, petroquímica, siderúrgica e plástica e seu descarte prejudica o ambiente e a saúde humana. O principal método utilizado em seu tratamento é a adsorção por carvão, método que se baseia na diferença de concentração entre uma fase líquida e uma fase porosa. O Brasil é o maior produtor de laranja e esta produção é majoritariamente transformada em suco, o que gera uma grande quantidade de resíduos. Este resíduo foi estudado, em sua forma bruta e como carvão, como um possível adsorvente para alguns compostos poluentes, como o chumbo, tolueno e benzeno. Sendo assim, o objetivo do projeto é buscar um tratamento mais eficiente para o fenol presente nos efluentes de indústrias, utilizando, para isso, um resíduo agrícola, reduzindo assim a contaminação dos corpos d'água causadas por esse efluente e atribuindo um uso para um resíduo agrícola. Para isso, foi testado o reaproveitamento do resíduo agrícola da laranja. Na primeira etapa, o biocarvão foi obtido a partir da casca de laranja triturada, passada pela peneira para uniformização e submetida, em uma mufla, à temperatura de 200oC. O rendimento da obtenção de biocarvão partindo da casca de laranja foi de cerca de 11%. Este biocarvão produzido e o carvão ativado comercial, comumente utilizado, foram utilizados para teste para a remoção do fenol para três diferentes tempos de contato: 1, 2 e 3 horas. Depois, as amostras foram filtradas e foi determinado, através de espectrofotometria, as concentrações finais de fenol presente nelas. Analisando os resultados, observou-se que concentração de fenol decai ao ficar em contato tanto com o biocarvão de casca de laranja quanto com o carvão ativado comercial, indicando a adsorção do fenol. A eficiência máxima com o biocarvão foi de 85% ao ficar em contato por 2 horas, com queda de eficiência após esse tempo. Portanto, é possível concluir que o biocarvão obtido é um potencial adsorvente para fenol com resultados satisfatórios quando comparados ao carvão ativado comercial e a outros carvões ativados relatados na literatura. Como próximas etapas, será necessário repetir os testes, além de realizar análises de caracterização do biocarvão e aprofundar a análise considerando aspectos cinéticos e termodinâmicos, além de testar a ativação do biocarvão.