PROJETOS

PRÓTESES SUSTENTÁVEIS

Área do projeto: Ciências Exatas e da Terra
Alunos(as): Lya Ynterian Polesello
Prof.(a) Orientador(a): Cristiane R. C. Tavolaro

Ano: 2022

Premiações

Resumo

Na realidade cotidiana existe uma grande diversidade ortésica, no entanto, uma enorme parcela é considerada economicamente inalcançável, specialmente para comunidades mais pobres, devido aos seus materiais custosos. Muitas pessoas com deficiências permanecem em condições precárias devido à falta de investimentos. Salienta-se que, de acordo com dados da Folha de S. Paulo (COLUCCI, 2008), 1 milhão de brasileiros esperam por próteses e órteses, estimando-se que 40% dos 5 milhões de deficientes estejam fora do sistema de saúde. Ademais, para agravar a situação, segundo a FMB (Federação Médica Brasileira) o Brasil realiza cerca de 80 mil amputações anualmente (15 DE AGOSTO, 2016). “Só no Paraná a cada três horas uma pessoa tem o membro inferior ou superior amputado” (KOWALSKI, 2019). Sendo assim, a imprescindibilidade da ergonomia de órteses mais acessíveis é indiscutível, principalmente a partir da realidade de que milhões de brasileiros sofrem e morrem com a situação atual em que se encontram. Inegavelmente, o uso das órteses é muito libertador no dia-a-dia de pessoas sem um membro. Estas ganham confiança, independência, inclusão social, acessibilidade e qualificação em relação à capacidade motora e profissional. Hodiernamente, todavia, complicações envolvendo amputação total ou parcial de membros são recorrentes. Conforme dito no artigo de saúde na plataforma digital Boa Saúde (AMPUTAÇÃO, 2013), as causas mais comuns para tal fato são: vasculopatias periféricas, traumáticas, tumorais, infecciosas, congênitas e iatrogênicas. Contudo, a mais relevante é a vasculopatia periférica, que compromete membros inferiores (dedos, pés e pernas), normalmente em pacientes acima de 50 anos. Por esse motivo, o projeto visa a constituição de órteses abaixo do joelho, por serem as mais requisitadas por pacientes sem membros. Com a extensa taxa de indivíduos sem um membro, a quantidade de pessoas que precisam comprar órteses é grande, segundo a Folha de S. Paulo (COLUCCI, 2008), mais de 1 milhão de brasileiros dependem delas. Considerando o poder aquisitivo da maioria da população brasileira, as órteses se tornaram extremamente inacessíveis para a compra individual, gerando uma dependência e pressão sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) para o fornecimento do produto. Outrossim, o uso de órteses requer a troca de peças e dispositivos auxiliares com uma certa frequência, assim não exigindo somente o dinheiro para a compra dos mesmos, mas também para o acompanhamento médico ou serviço adequado. A fim de solucionar o problema do alto custo de órteses e seus devidos materiais, foi pensado a substituição dos mesmos por outros mais baratos e métodos de produção mais rápidos. Com base nisso, os critérios utilizados neste projeto para as alternativas de solução incluem: leveza, alta resistência, flexibilidade e confortabilidade. Sua ergonomia deve ser rápida, eficiente, em massa, e seu descarte deve ter o menor impacto ambiental. Dessa forma, a substituição da fibra e da resina originalmente utilizadas no processo de produção das próteses externas, foi julgada a melhor maneira de barateá-las. Para isso, foram estudadas fibras naturais com propriedades mecânicas e características semelhantes à fibra de carbono, por ser a mais comum na manufatura deste produto. Como resultado das pesquisas, chegou-se à conclusão de que a fibra de bambu, a de coco, e a de banana, a princípio, apresentam todos os requisitos pré-definidos (resistência, leveza e estudos literários apontando propriedades mecânicas relevantes). Em relação às resinas, as averiguações indicam que a resina poliuretana à base de óleo de mamona é a melhor no quesito de sustentabilidade. Essa resina em questão possui bom comportamento com fibras naturais; ao fim da cura, tem-se um bi compósito natural, e não um material sintético (comprometendo sua reciclagem e descarte ecológico), como seria caso houvesse o uso de outras resinas, como a resina polimérica Epóxi bi componente e a resina acrílica. Destarte, construiu-se um corpo de prova composto por fibra de bananeira e resina poliuretana de mamona, com o intuito de testar os critérios previamente estabelecidos. A amostra obtida foi enviada para testes no laboratório de Ensaios Mecânicos e Materiais da Unesp de Bauru. Entretanto, constatou-se que a placa não atingiu os parâmetros necessários para a realização dos testes, uma vez que as variáveis do processo de aplicação da resina não foram plenamente consideradas. Por fim, se fará ajustes para que a próxima placa amostra atenda a todos os requisitos de ensaio.