PROJETOS

SERÁ QUE O AMBIENTE MARINHO QUER OS MEDICAMENTOS QUE VOCÊ NÃO QUER?

Área do projeto: Biologia - Meio Ambiente
Alunos(as): Manuela Ribeiro de Almeida Fehr
Prof.(a) Orientador(a): Geisly França Katon

Ano: 2022

Premiações

Resumo

Os oceanos cobrem 71% do globo terrestre e são fundamentais na regularização do clima, pois são responsáveis por produzir aproximadamente 50% do oxigênio de toda a biosfera terrestre. Mesmo com tamanha importância, os oceanos vêm sendo degradados intensivamente ao longo dos anos. Uma das principais causas e formas de poluição marinha, mesmo que não muito divulgada, são os medicamentos farmacológicos. Esses, ao serem descartados inadequadamente, chegam nos oceanos, afetando e contaminando a sua biodiversidade. Pesquisas apontam que a fluoxetina, princípio ativo de antidepressivos, mesmo em baixas concentrações, é capaz de alterar e reduzir o crescimento das algas, além de tornar o comportamento de algumas espécies de caranguejos mais agressivo. Cefalópodes intoxicados pela fluoxetina têm seus comportamentos instintivos de sobrevivência, como mimetismo e capacidades locomotoras, alterados. Além dos antidepressivos, outro grupo de remédios que causa alterações no ambiente marinho também são os que contém estrogênio, como os remédios anticoncepcionais, que podem levar algumas espécies ao hermafroditismo, intersexualidade e até a feminilização dos machos. Além disso, em algumas espécies, os indivíduos perdem suas proteínas protetoras contra doenças (hepcidinas) ao serem expostos a concentrações de estrogênio na água. Com isso em mente, a necessidade de avaliar e identificar o número médio de pessoas que têm consciência sobre a relevância do descarte correto de medicamentos utilizados em seu cotidiano, e suas consequências para o meio ambiente, em especial o marinho, faz-se necessária. A pesquisa se deu através de um questionário online, com 15 questões no total, sendo que 5 são para a caracterização dos sujeitos de pesquisa e 10 questões sobre o tema abordado. Os resultados obtidos foram analisados por quantificação simples e por meio de uma análise de conteúdo nas questões abertas, e posteriormente serão utilizados como base para medidas tomadas para a conscientização e educação ambiental. Um questionário piloto foi realizado com 11 professores do colégio para verificar se as perguntas causam dúvidas ou questionamentos nos respondentes, e depois, de acordo com a devolutiva deles, foram feitos ajustes e modificações no questionário final, que foi aplicado com 120 funcionários do colégio Dante Alighieri. Dos respondentes, 91 deles eram mulheres e 29 homens, sendo que 6 deles tem doutorado, 33 ensino superior (graduação), 22 mestrado, 47 pós graduação, 11 ensino médio e 1 ensino fundamental, e suas idades variam entre 19 e 68 anos. Destes, 99,1% registraram ter medicamentos, dentro do prazo de validade, em casa, e ao serem questionados sobre medicamentos fora do prazo de validade, 90,8% disseram que os têm em casa. Na terceira pergunta, sobre medicamentos ainda válidos, 54,5% disseram que os guardam em casa, 22% os doam para conhecidos ou para instituições como igrejas, 20 15,2% levam para pontos de coleta, 5,3% os descartam e 3% disseram que não há sobras de medicamentos. Ao serem questionados o que fazem com medicamentos, agora vencidos, 48,8% disseram que levam os remédios para pontos de coleta, oferecidos em farmácias ou postos de saúde, 43,9% disseram que os descartam em lixos normais ou recicláveis, 4,9% no lixo orgânico, 0,8% na água corrente e 1,6% nunca passaram, ou não se lembram de tal situação. Dentre os respondentes, 93,3% afirmaram acreditar que o descarte inadequado de medicamentos realmente gera impactos no meio ambiente, 0,8% disse que acredita que não, e 5,8% não souberam responder. Ao justificarem tal resposta, 8,7% deles afirmaram não ter conhecimento sobre o assunto, 47,1% não tinham conhecimento o suficiente, porém conseguiram relacionar o tópico com o meio ambiente, 31,7% tiveram um entendimento parcial sobre o assunto e 12,5% conseguiram explicar e relacionar corretamente. Sobre os impactos do descarte incorreto no ambiente marinho, especificamente, 7,5% não souberam responder, 90,0% disseram que há impactos, e 2,5% disseram que não. Ao justificarem tal resposta, 5,2% disseram que não tem conhecimento nenhum, 37,1% conseguiram relacionar o tópico com o ambiente marinho, mas sem muito conhecimento prévio, 43,3% tiveram um “conhecimento parcial”, e 14,4% tiveram bastante conhecimento e informações sobre o assunto. Dentre os participantes, 95,8% acham que a forma menos poluente de descarte é pelos pontos de coleta, 3,3% acham que é pelo lixo reciclável/comum, e 0,8% no lixo orgânico. Ao serem questionados sobre a forma mais poluente de descarte de medicamentos, 57,4% acham que é pela água corrente, 36,9% acham que é pelo lixo comum/reciclável, 4,9% por pontos de coleta, e 0,8% pelo lixo orgânico.