PROJETOS

O termo saúde mental pode ser definido como "um estado de completo bem-estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de qualquer doença", mas é impossível atingir esse estágio de bem-estar porque a existência de uma pessoa inclui falhas, erros e desejos, por exemplo. Portanto, o conceito de saúde precisaria ser reformulado, englobando as oscilações da vida. A família é o sistema que mais influencia o desenvolvimento infantil e o principal sistema de socialização para o desenvolvimento saudável dos jovens. é com a família que o indivíduo passa a realizar um padrão de atividades e a vivenciar o relacionamento interpessoal. Cerca de 10 a 20% das crianças e adolescentes completam 18 anos com pelo menos uma doença mental. Destes, estima-se que 3 a 4% necessitaram de tratamento intensivo. No Brasil, por exemplo, as doenças mentais aparecem em cerca de 12,6% dos indivíduos entre 6 e 16 anos. Sendo assim, é evidente que existem vários fatores de risco ambientais que interferem na saúde mental das crianças. Os principais fatores relevantes para esta pesquisa são: presença de eventos ocasionais estressantes, violência doméstica, grande risco para o desenvolvimento de psicopatologia, violência sexual infantil levando a comportamentos violentos, os quais se intensificam quando os jovens se encontram em ambientes que favorecem a violência. Com as informações apresentadas acima, nosso objetivo foi identificar possíveis inter-relações entre estressores ambientais e distúrbios psicológicos em crianças e adolescentes. Acreditamos que crianças e adolescentes expostos a diferentes estressores ambientais deveriam apresentar maior número de transtornos mentais. Ainda, dentre esses fatores, a violência doméstica, que apresenta uma prevalência de 65,5% de possibilidade de agravos à saúde mental, deve ser o estressor ambiental mais relacionado à ocorrência de transtornos mentais em crianças e adolescentes em acompanhamento psiquiátrico diário. Para testar a hipótese, recebemos dados de um centro psiquiátrico de 52 pacientes em tratamento psiquiátrico diário. Para analisá-los, a tabulação dos dados foi feita principalmente em código binário (0 ou 1). A análise foi realizada majoritariamente no Excel e para a análise estatística dos dados utilizamos o software Gretl (Probit). Os principais resultados foram: 10,11% do total de casos relacionam violência hetero violada e pacientes com diagnóstico de transtornos disruptivos, de controle de impulsos e de conduta; 8,99% do total de casos relacionam violência auto-violada e transtornos de personalidade; 7,87% do total de casos relacionam violência psicológica com transtornos de personalidade e violência psicológica e também com transtornos afetivos. Os dados ainda estão em análise para responder à nossa pergunta.