PROJETOS

IMPACTO DA RETIRADA DA PALMEIRA SEAFÓRTIA (Archontophoenix cunninghamiana) DO PARQUE TRIANON (SÃO PAULO/SP) NA GERMINAÇÃO DAS SEMENTES PRESENTES NO SOLO

Área do projeto: Ciências biológicas
Alunos(as): Cecília De Luca Prioste
Prof.(a) Orientador(a): Fernando Campos De Domenico

Ano: 2021

Premiações

Resumo

O Parque Tenente Siqueira Campos, mais conhecido como Parque Trianon, é uma unidade localizada em São Paulo/SP que abriga os remanescentes da flora da Mata Atlântica. Sua importância na preservação e no equilíbrio do ecossistema da cidade comprovam a necessidade do controle de fatores que possam ameaçar as espécies nativas presentes. Um grande risco que se intensificou nas últimas décadas é a presença da palmeira Archontophoenix cunninghamiana, a palmeira seafórtia. O estudo populacional realizado em 2018 contabilizou 694 indivíduos espalhados de maneira irregular pelos 48.264m2 do parque. Em 2020, diante do problema, a administração do parque associada ao Departamento de Parques e áreas Verdes, deu início ao manejo manual das palmeiras adultas, aquelas com potencial reprodutivo. Esse plano visa a erradicação da espécie até o final de 2021 a partir da retirada da copa, tronco e raiz dos indivíduos adultos. Todavia, o foco do meu projeto é avaliar a ameaça que as sementes e plântulas da seafórtia podem trazer, especialmente nas condições ambientais após a retirada das adultas. Acumulados ao longo de décadas, os pequenos indivíduos da espécie ocupam espaços significativos da serrapilheira, principalmente ao redor das palmeiras-mães. Diante da retirada destas, a hipótese formulada é que a disponibilidade de recursos naturais como luz solar, água, nutrientes e espaço aumentará, dando vantagem para a germinação e crescimento das sementes da seafórtia sobre o crescimento das espécies nativas, dado o caráter invasor dessa espécie. A fim de analisar o comportamento desses indivíduos jovens, serão estabelecidos três grupos experimentais utilizando estacas e barbante para delimitar parcelas no interior do bosque. O primeiro grupo, atuando como controle, será nos lotes em que não houve documentação da invasão biológica; o segundo, onde a palmeira foi retirada pelo manejo manual; e o último, ao redor da área em que ela ainda está presente. Em cada uma das áreas serão feitas três ações distintas em parcelas de 1m por 1m: a análise e contagem visual das sementes e plântulas; a catação para remoção e contagem das mesmas; e a retirada total da serapilheira, incluindo os pequenos indivíduos da invasora e das nativas. Realizando cinco repetições de cada um dos três tipos de parcelas de cada grupo experimental, a fim de compor uma boa análise estatística, somam-se 45 áreas de estudo. Tendo as parcelas definidas e montadas, será feita a documentação da alteração do comportamento da flora e espera-se poder realizar uma comparação entre a eficiência de cada uma das três ações nas diferentes condições de estudo. Com a coleta dos resultados, espera-se encontrar um índice da intensificação da invasão biológica principalmente na região em que a palmeira adulta foi retirada, já que a disponibilidade de recursos naturais que favorecem o desenvolvimento das sementes será maior. A partir disso, será possível concluir que tipo de solução deve ser adotada e a urgência em que ela deve ser implementada a fim de extinguir a ameaça biológica. Dessa maneira, o projeto visa concluir a erradicação da palmeira seafórtia dos lotes do Trianon, restabelecendo o equilíbrio da flora nativa.