PROJETOS

Entre 20 a 30% da população mundial têm anemia ferropriva, causada por deficiência de ferro. Tal deficiência, que prejudica as hemoglobinas, proteínas, compostas por ferro que transportam gás oxigênio e carbônico pelo sangue, ocorre normalmente pela perda aumentada de sangue, maior demanda de ferro e ingestão de substâncias como remédios. A anemia também acomete os idosos, sendo que 10% dos indivíduos com mais de 65 anos possuem tal diagnóstico. Entre as razões que levam à ocorrência da anemia, uma possível causa é a deficiência nutricional. Tal razão é identificada por fatores como dificuldade de ingestão e digestão, problemas de saúde, solidão e falta de dinheiro, todos relacionados com o avanço da idade. Como a anemia está relacionada com a diminuição da quantidade de glóbulos vermelhos e sua qualidade de formação, por conta da diminuição da quantidade de ferro no organismo, alguns tratamentos possíveis são a transfusão de hemácias e ingestão de ferro pela via oral, mas, outra opção que pode ser utilizada é o uso de suplementos nutricionais. Neste caso, normalmente um pó contendo diversos nutrientes pode ser adicionado à alimentação. Um dos produtos avaliados contém, entre vários nutrientes, 12 mg de ferro numa porção de 100 g do suplemento. Analisando tal forma de tratamento e, pensando em uma forma de propor um tratamento inovador e saudável para a anemia, formulamos a seguinte questão problema: como desenvolver uma nova forma de tratamento, inovador e saudável contendo mais ferro biodisponível para tratar a anemia por deficiência nutricional em idosos? Para responder tal pergunta, descobrimos que MOREIRA-ARAÚJO, 2002 em um experimento, utilizou farinha de pulmão bovino para enriquecer salgadinhos com intuito de tratar a anemia em crianças de uma creche em Teresina - PI, e foi bem-sucedido. Pensando nisso, foi proposta a hipótese de que, para desenvolver uma forma de tratamento para a anemia por deficiência nutricional em idosos, seria possível utilizar a farinha de pulmão bovino para a produção de novos alimentos do tipo laticínios. A escolha do uso do pulmão foi feita pois, nesse tipo de corte de carne a fonte de ferro do tipo heme está mais biodisponível, considerando que cerca de 40% do ferro heme ingerido pode ser absorvido, contra 2 a 4% do ferro não-heme ingerido de outras fontes alimentares. Além disso, os biscoitos fortificados com farinha feita de pulmão apresentavam altas taxas de ferro, possuindo 5,0 mg do nutriente provenientes exclusivamente da farinha de pulmão em 100g do produto. Outro dado importante é que na carne de pulmão bovino, há 7,5 mg de ferro em 100g, sugerindo uma grande quantidade para uso em produtos futuros. Assim, com esse novo composto poderíamos enriquecer alimentos comuns no dia-a-dia dos idosos como laticínios, e assim, além de tratar a anemia, evitaríamos o desperdício desse corte de carne. Com essa alternativa é possível que no futuro haja outras possibilidades de tratamento para a anemia, possibilitando uma melhora de bem-estar para todos os idosos.