PROJETOS

TRATAMENTO PARA ALERGIA A CAMARÃO

Área do projeto: Ciências da saúde
Alunos(as): Letícia Silvestrim Feitosa
Prof.(a) Orientador(a): Carolina Lavini Ramos Morais

Ano: 2021

Premiações

Resumo

A alergia é um problema de saúde pública que acomete todos os aspectos da vida do paciente. é uma resposta exagerada e excessiva do sistema imunológico contra substâncias diversas que entram em contato com o organismo, seja pela via respiratória, pela via cutânea ou ingestão. As alergias mais frequentes são caracterizadas pelo aumento da síntese de imunoglobulina IgE, uma classe de anticorpos liberados pelos linfócitos B. Quando entramos em contato com um alérgeno que o sistema imunológico enxerga como ameaça, ele pode reagir liberando substâncias químicas, principalmente a histamina. é a liberação dessas substâncias que causa a reação alérgica. Na primeira exposição, os anticorpos são produzidos e ligam-se aos receptores nos mastócitos. Em uma próxima exposição, estes anticorpos ligam-se ao alérgeno rapidamente, desencadeando processos como a liberação de histaminas e outras substâncias que promovem sintomas clássicos. A alergia afeta todas as faixas etárias e apresenta uma base genética. Segundo a Organização Mundial da Saúde, no Brasil 30% da população possui algum tipo de alergia, as mais comuns são a rinite e asma alérgicas. Já a alergia alimentar é uma resposta imunológica que ocorre após o contato especificamente com algum alimento. As suas taxas de prevalência são muito variáveis. Essas diferenças da epidemiologia da alergia alimentar podem ser atribuídas a uma interação de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Mais de 170 alimentos têm sido associados à alergia, e os principais são leite, ovo, trigo e soja, que podem desaparecer durante a infância; amendoim, nozes e frutos do mar tendem a ser por toda a vida. Nos frutos do mar, as proteínas alergênicas são encontradas nas suas regiões musculares comestíveis, no caso de crustáceos como o camarão, é encontrada na carne abdominal, caudal e pernas. A apresentação clínica da alergia a crustáceos, inclui, em ordem decrescente: sintomas cutâneos, síndrome de alergia oral, sintomas gastrointestinais, anafilaxia e asma. A alergia ao camarão possui uma das maiores taxas de anafilaxia induzida por alimentos, sendo responsável por 42% das anafilaxias alimentares entre adultos e 12% entre as crianças. Por outro lado, crianças com alergia a camarão apresentam níveis mais altos de anticorpos IgE específicos, indicando que a sensibilização pode diminuir com a idade. O principal alérgeno do camarão é a Tropomiosina, que pertence a uma família de proteínas consideradas pan-alérgenos e que foi descrita como um alérgeno de crustáceos em 1981. Atualmente 60 a 80% dos pacientes possuem IgE que reconhecem essa proteína. Tendo em vista a seriedade da alergia a camarão, o meu projeto busca tratar esse tipo de alergia por meio da imunoterapia, um método de tratamento que fortalece o sistema imune fazendo com que o corpo do paciente tenha maior capacidade para combater vírus, bactérias e doenças autoimunes. Contudo, depois do tratamento, é necessário consumir o alimento alérgico todos os dias para que o organismo mantenha a tolerância contra ele. Como o camarão não é um alimento prático de se consumir todos os dias, pensei em introduzir a ideia de uma pílula com as principais proteínas do camarão, para que o paciente não precise consumi-lo diariamente. Embora muitas pessoas não vejam importância em tirar o camarão da sua dieta, esse alimento está presente em muitas culturas. Um exemplo brasileiro é o Nordeste, onde muitos habitantes desta região ficam decepcionados por não poderem consumir muitas das comidas típicas por causa do camarão. Também há o fator profissional, no qual muitos chefes de cozinha não se sentem confortáveis ao fazer pratos com camarão por não poderem prová-los, ou que não podem nem sentir o cheiro que já começam a sentir alguns sintomas.