PROJETOS

BLOQUEIO DO RECEPTOR PURINÉRGICO P2X7R PARA TRATAMENTO DA DOENÇA DE PARKINSON

Área do projeto: Ciências da Saúde
Alunos(as): Sofia Aumond da Silva Uras e Bianca Galon Paiva
Prof.(a) Orientador(a): Camila Lauand Rizzo
Cientista qualificado: Ágatha Oliveira Giacomelli

Ano: 2021

Premiações

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns no mundo, cujos sintomas se manifestam em 1-2% da população mundial acima de 65 anos. A DP pode ter seu risco aumentado quando em contato com certas substâncias como chumbo e pesticidas, ocorrência de doenças como hipertensão arterial ou após ooforectomia, e também relaciona-se com fatores hereditários e interações complexas ocorridas entre fatores genéticos e ambientais. Sua marca patológica se dá pela deposição anormal de corpos de Lewy nos núcleos de neurônios dopaminérgicos na substância nigra, que ocorre devido a disposição não-randômica da alfa-sinucleína. Essas alterações resultam em inflamação, estresse oxidativo, desordem mitocondrial e disfunção no transporte do impulso nervoso pelo axônio prejudicando a sinapse. Os sintomas mais perceptíveis da doença são a rigidez, instabilidade na movimentação e tremor de repouso. Os tratamentos até agora empregados, como levodopa ou anticolinérgicos, aumentam a concentração de dopamina no Sistema Nervoso Central. Há estudos com o foco na busca por outras formas de tratamento para DP, sendo uma das possibilidades a relação da doença com os receptores purinérgicos. Os receptores purinérgicos são neuroreceptores sensíveis à purinas presentes na na região da Substância Nigra. Estudos mostram a possibilidade de terapias moduladoras para DP usando receptores purinérgicos, onde há a liberação de dopamina em ratos manifestando a DP após ativação dos receptores P2Y1 e P2Y4. Nesse contexto, nossa proposta é investigar como o bloqueio do receptor purinérgico P2X7 poderia ajudar no tratamento da DP. Acreditamos que o bloqueio do receptor P2X7 irá diminuir o número de astrócitos, os quais quando ativados pela microglia adquirem propriedades tóxicas, contribuindo para a neurodegeneração, e assim minimizar os efeitos da lesão causada pela doença de parkinson, tais quais a toxicidade, neurotoxicidade e a gliosis, já que sua ativação é causada pela liberação demasiada de ATP, o qual então resulta na morte celular, expansão da lesão e no geral a piora da mesma. A ação dos astrócitos na gliose é benéfica somente em estágios avançados da lesão. Para testar nossa hipótese os seguintes experimentos serão realizados: lesão com 6-OHDA (indução de DP) em ratos, teste rotacional dos ratos para verificação da lesão, inibição do P2X7 com Brilliant Blue G, perfusão para a preservação dos cérebros dos animais, corte dos cérebros em criostato, imunohistoquímica para marcar os astrócitos e quantificação dessas células. Toda a experimentação realizada com animais será feita pelo grupo do laboratório.