PROJETOS

USO DE RESÍDUO PROVENIENTE DO PROCESSAMENTO DA BAUXITA COMO FORNECEDOR DE CÁLCIO NA AGRICULTURA

Alunos(as): Carolina Mantovani Sampaio Barros
Prof.(a) Orientador(a): Rita M. Saraiva de Barros
Professora Coorientadora: Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2020

Premiações

Resumo

Iniciamos o projeto - Fase I - realizando a análise química do rejeito proveniente do tratamento do sobrenadante da Barragem de Palmital da Companhia Brasileira de Alumínio, aqui nomeado “Resíduo de Filtro da CBA”, com a finalidade de buscar uma utilidade para ele, que beneficiasse tanto a empresa como a população local. Os resultados dos testes de Fluorescência de raio X, Solubilização e Lixiviação no resíduo apontaram alta concentração de cálcio (51,1%) e excesso de alumínio, sódio e surfactantes, podendo-se caracterizá-lo, de acordo com a ABNT-NBR-1004, como Classe II A, não perigoso e não inerte. Desse modo, como o resíduo possui potencial de aplicação como enriquecedor de cálcio em plantações, foi escolhido para os testes o tomateiro Lycopersicon esculentum CV Micro-Tom, que pode ser estudado em ambiente controlado. Para isso, foram criados dois grupos: o controle, sem a presença do resíduo, tanto na germinação quanto no transplantio, e o experimental, com a presença do resíduo nas duas etapas. Na fase de germinação, o grupo 1- Controle e o 2-Experimental possuíam 108 sementes e o mesmo substrato, sendo que a diferença foi a rega, em que o primeiro grupo recebeu água filtrada, e o segundo, água filtrada com suspensão de 0,12g/L do resíduo, de acordo com a necessidade da espécie (Medeiros, 2010). O transplantio foi feito com 51 mudas de ambos os grupos, regadas com irrigação por gotejamento e mesmo substrato, com a diferença de 4 g por quilo de terra de calcário com concentração de 24% de CaO no grupo controle e 2 g por quilo de terra do resíduo no experimental. Foi medido o tamanho das folhas e do caule no final das duas etapas e verificou-se que 71% dos vasos do grupo experimental geraram frutos, totalizando 63 frutos, que, após analisados, não apresentaram concentração de Al significativa, em comparação aos frutos do grupo controle, que não apresentaram nenhuma concentração de Al. Como foi utilizada a terra de jardinagem sem adição de adubo, a falta de nutrientes pode ter sido um fator limitante do desenvolvimento das plantas, principalmente no grupo controle. Dessa forma, a Fase II será feita em duas etapas: na primeira, a análise estatística dos dados da Fase I, e na segunda, a organização de uma nova metodologia de plantio de tomates com a utilização de NPK e adubo foliar. A análise dos dados da média dos resultados e o cálculo do desvio padrão e do valor-p indicaram que não houve diferenças no período de germinação, havendo, com efeito, crescimento de ambos os grupos no período, muito embora o grupo experimental tenha obtido crescimento significativamente maior. Isso leva à conclusão de que o grupo experimental se desenvolveu mais devido à intervenção adotada, ou seja, a adição do resíduo no substrato. Assim, para os novos testes seria feita a semeadura dos grupos controle e experimental em condições iguais. O substrato do transplantio seria composto de terra e Vermiculita na proporção 1:1, 1 g de NPK 10.10.10 por litro de substrato e 4 g de calcário dolomítico (Ca + Mg) por litro de substrato no grupo controle, e 2 g do resíduo no grupo experimental. Além disso, será adicionado um adubo foliar igual aos dois grupos, com a concentração indicada para a espécie (Pino-Nunes, 2010). Desse modo, será analisado se, em condições ideais, o resíduo possui desempenho igual ou melhor que o calcário, podendo ser incorporado em plantações.