PROJETOS

O Brasil é um país repleto de diversidade cultural com diversos povos indígenas com culturas próprias; culturas de povos africanos escravizados que foram forçados a aqui se estabelecer; imigrantes de diversas origens em momentos diversos. Por viver num país muito diverso o Brasileiro têm dificuldade de encontrar uma identidade cultural, conceito apresentado por Darcy Ribeiro (1980) e denominado por este de Ninguendade “Eram todos filhos de ninguém. E dessa ninguendade nasceu um novo povo único sem precedentes no mundo” (RIBEIRO; 1980). O Brasileiro muitas vezes não valoriza sua própria diversidade pois não tem orgulho de ser brasileiro, consequência de um processo racista e miscigenado que ignora a própria diversidade cultural presente no país, raramente vemos representados nas escolas, nas mídias e nos conteúdos audiovisuais os povos brasileiros, esses conteúdos homogeneizadores contribuem para que o consumidor não entenda seu próprio contexto sócio cultural de modo que muitas vezes acaba por buscar se espelhar em outras culturas processo que ocorre principalmente com o paulistano, um dos maiores exemplos de ninguendade atualizada do País. O projeto busca, então, investigar como a indústria cultural no audiovisual disponível para o paulistano afeta a sua percepção da representatividade sócio-cultural de ser de São Paulo e de ser do Brasil? Empresas americanas de distribuição de conteúdo audiovisual que detém boa parte do capital cultural, das audiências e dos conteúdos audiovisuais no Brasil reproduzem conteúdos que não representam a diversidade sócio cultural brasileira e a realidade do paulistano. Este fator pode contribuir para o modo como este valoriza como se vê como brasileiro e como paulistano. O projeto parte do conceito de empatia de Paul Bloom, dos conceitos de indústria cultural e habitus do Pierre Bourdieu, para, junto de análises de dados de consumo de conteúdos audiovisuais disponíveis para a massa paulistana, analisar o contexto sócio cultural deste grupo e assim investigar a hipótese.