PROJETOS

INVASÃO BIOLÓGICA DA PALMEIRA SEAFÓRTIA NO PARQUE TRIANON

Aluno(a): Cecília De Luca Prioste
Prof.(a) Orientador(a): Fernando Campos De Domenico
Professora Coorientadora: Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2020

Premiações

Resumo

O Parque Tenente Siqueira Campos (também conhecido como Parque Trianon) é um parque urbano localizado no centro da cidade de São Paulo em uma região pouco arborizada, composto de uma linda paisagem com remanescentes da biodiversidade da Mata Atlântica na cidade de São Paulo. Diante do relevante papel do parque em conservar a pouca fauna e flora restante desse bioma e equilibrar o ecossistema da cidade, é essencial o estudo da área protegida diante de uma das maiores ameaças à diversidade local, as plantas exóticas invasoras. Há diversas espécies que ameaçam a flora do Parque Trianon, entre elas, a que apresenta maior risco é a Archontophoenix cunninghamiana, a palmeira seafórtia. Ela é uma palmeira australiana introduzida e usada no paisagismo com alto potencial reprodutivo e que se adapta muito bem em biomas tropicais, como o estudado. Um estudo populacional prévio das palmeiras no parque contabilizou 694 indivíduos em uma área de 48.264 m². Portanto, a densidade populacional da espécie caracteriza-se como alta em comparação às demais espécies invasoras presentes na área. Em 2018, a administração do parque deu início a um plano de manejo manual dos indivíduos adultos da palmeira que deve perdurar durante 2020 e 2021, até que ela seja extinta no local. Esse plano de manejo prevê ainda um enriquecimento da biodiversidade a partir da reposição da perda da vegetação nativa com novas mudas. O manejo das palmeiras adultas (aquelas que possuem potencial reprodutivo) é evidentemente necessário, mas a retirada das palmeiras jovens e plântulas também é indispensável. A presença desses indivíduos poderia dar início a um novo ciclo de ocupação do parque por essa espécie, de modo que o manejo iria se prolongar por décadas, acompanhando o crescimento dos inúmeros pequenos indivíduos até sua retirada. Além disso, ao longo desses anos de desenvolvimento da espécie poderia ocorrer o despejo de novas sementes. aumentando assim a dificuldade no extermínio da Archontophoenix cunninghamiana. Considerando essa situação anteriormente mencionada, seria importante avaliar se a retirada das palmeiras adultas irá acelerar, retardar ou se será indiferente no crescimento das plântulas, já que haverá uma mudança nos parâmetros que influenciam no desenvolvimento das mesmas, como maior disponibilidade de espaço, nutrientes e luz solar, além da presença da muda da espécie nativa plantada que competirá com esses recursos. Minha hipótese é que a ausência das plantas adultas levaria a uma a aceleração do desenvolvimento das plântulas da seafórtia, intensificando assim, ao longo do tempo, o problema da invasão biológica e dificultando o processo de recuperação da biodiversidade do parque.