PROJETOS

RECEPTORES PURINÉRGICOS E A DOENÇA DE PARKINSON

Aluno(a): Bianca Galon Paiva e Sofia Aumond da Silva Uras
Prof.(a) Orientador(a): Camila Lauand Rizzo
Professora Coorientadora: Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2020

Premiações

Resumo

A Doença de Parkinson (DP) é uma das doenças neurodegenerativas mais comuns no mundo, cujos sintomas se manifestam em 1-2% da população mundial acima de 65 anos. A DP pode ter seu risco aumentado quando o indivíduo entra em contato com certas substâncias como chumbo e pesticidas, e por ter hipertensão arterial ou após ooforectomia. Essa doença também está relacionada com fatores hereditários e interações complexas ocorridas entre fatores genéticos e ambientais. A marca patológica da DP se dá pela deposição anormal de corpos de lewy nos núcleos de neurônios dopaminérgicos na substância nigra, que ocorre devido a disposição nãorandômica da alfa-sinucleína. A alfa-sinucleína é uma proteína composta por 140 aminoácidos detectada primeiramente em terminais pré-sinápticos, mas também encontrada no núcleo e na mitocôndria. Essas alterações resultam em inflamação, estresse oxidativo, desordem mitocondrial e disfunção no transporte do impulso nervoso pelo axônio prejudicando a sinapse. Os sintomas mais perceptíveis da doença são a rigidez, instabilidade na movimentação e tremor de repouso. Os tratamentos até agora empregados apenas visam uma melhoria na qualidade de vida do paciente por meio de medicações que aumentam a concentração de dopamina. Também há estudos com o foco na busca por outras formas de tratamento para DP, sendo uma das possibilidades a relação da doença com os receptores purinérgicos. Os receptores purinérgicos são neuroreceptores presentes na região da substância nigra que tem sensibilidade às purinas. Há dois tipos desses receptores: P1, ativados por adenosina e acoplados à proteína G, e P2, cuja ativação se dá por ATP e análogos. Há ainda subdivisões dentro dos receptores P2, dividindo-se em P2X, aqueles que são ionotrópicos, e P2Y, os metabotrópicos. Um estudo mostrou uma possibilidade de uma terapia moduladora para DP usando receptores purinérgicos. Houve a liberação de dopamina em ratos manifestando a DP após ativação dos receptores P2Y1 e P2Y4. Esse resultado é interessante já que uma característica dessa doença é um defeito nos neurônios dopaminérgicos em produzir e liberar a dopamina. Outro estudo mostrou que o estímulo de P2 também causou aumento de dopamina no cérebro em um ensaio realizado in vivo. Nesse contexto, nossa proposta é investigar a atuação dos receptores purinérgicos no tratamento da DP. Acreditamos que o bloqueio do receptor P2X7 pode ajudar no tratamento da DP, já que um estudo realizado por Ferrazoli e colaboradores (2017) mostrou que o uso de um antagonista para esse receptor restaurou os níveis de dopamina em ratos.