PROJETOS

TRATAMENTO ECOLÓGICO DO RESÍDUO NUCLEAR DE URÂNIO

Alunos(as): Laura Barbosa Salomé
Prof.(a) Orientador(a): Juliana de Carvalho Izidoro
Professora Coorientadora: Juliana Gomes

Ano: 2020

Premiações

Resumo

O Brasil tem um grande potencial de desenvolvimento de energia a partir de usinas nucleares já que possui a quinta maior reserva mundial de urânio, uma matéria prima indispensável para a produção desse tipo de energia. Na matriz energética do Brasil, a energia nuclear gerada abastece aproximadamente 30% da energia do estado do Rio de Janeiro, fornecendo energia a cerca de 42.000 residências de médio porte durante um mês. Porém, essa técnica de obtenção de energia requer diversas etapas, como a mineração do urânio, fabricação do yellow cake, reconversão do hexafluoreto de urânio (UF6) em dióxido de urânio (UO2), confecção das pastilhas usadas como elemento combustível, além do processo de enriquecimento/beneficiamento. Essas etapas podem oferecer sérios riscos ao meio ao seu redor devido à geração de rejeitos radioativos. Em fevereiro de 2019, o Ministério Público Federal apresentou um laudo afirmando que as duas barragens presentes em Poços de Caldas (MG) estão comprometidas, apresentando risco de rompimento com rejeitos radioativos compostos de urânio, tório, e rádio, derivados do processo de enriquecimento do urânio que ocorre durante muitos anos. Sendo assim, o objetivo deste projeto é utilizar a técnica de biorremediação para tratar o resíduo de urânio empobrecido. O teste será feito com a biomassa morta do fungo Rhodotorula taiwanensis, que mostrou ser resistente à radiação ionizante (crônica e aguda), resistente quando em contato com metais pesados, a valores baixos de pH, além de possuir versatilidade em variações de temperatura, e de demonstrar capacidade de formar biofilmes. Os testes iniciais serão feitos por meio do contato da biomassa com soluções de sais de urânio com concentração conhecida, e depois será avaliada a capacidade da biomassa em converter o urânio radioativo em espécies menos reativas. Caso os resultados sejam satisfatórios, a biomassa será submetida a um reator em escala piloto, para testes em maior escala. Dessa forma, acredita-se que seja possível o desenvolvimento de um novo método de tratamento do lixo nuclear que não agrida o meio ambiente e que seja ecológico.