PROJETOS

Giardia lamblia é um protozoário flagelado que afeta o trato digestivo, principalmente o duodeno e o intestino delgado. Causador da giardíase, doença global que afeta mais de 200 milhões de pessoas anualmente, principalmente crianças de 1-4 anos e em regiões tropicais, subtropicais e emergentes, graças a sua grande relação com a falta de saneamento básico. Seu ciclo de vida é dividido em duas fases, vegetativa (cisto) e móvel (trofozoíto). Quando ingeridos, desinscitam, estimulados pelas enzimas estomacais,e cada cisto dá origem a dois trofozoítos, que se prendem ao epitélio do duodeno pelo disco adesivo, estrutura essencial para a sobrevivência da giardia, além de ser um dos fatores principais para a aparição de sintomas no hospedeiro, e se submetem a divisão celular aproximadamente uma vez a cada 6-8 horas. A patologia pode ser sintomática, tendo como características a diarreia, perda de peso, náuseas e vômitos, e pode até levar à morte por desidratação, ou pode ser assintomática. Posteriormente, os trofozoítos migram para o intestino grosso e, no cólon ocorre o encistamento, no qual quando liberados nas fezes sobrevivem meses em águas frias, cloradas e outros ambientes hostis graças a composição de sua parede celular resistente. Já existem medicamentos para o tratamento da giardíase, que variam de princípio ativo e preço. Mesmo assim, novas alternativas para o combate à doença são essenciais, uma vez que alguns protozoários são resistentes ao tratamento convencional, que não atende os pacientes na totalidade. Um material alternativo que demonstrou ação antiparasitária são as nanopartículas de prata, caracterizadas por serem de origem natural, incidental ou produzido artificialmente que possuem partículas, aglomeradas ou não, no qual mais da metade dessas tem tamanho ou dimensão externas entre 1 nm - 100 nm. Esse material já apresentou muitos efeitos biológicos como antivirais, antitumorais, antifúngicas, antibacterianas, antiparasitária e também tem aplicação em outros campos, como na indústria têxtil, alimentícia e química. As nanopartículas de prata podem apresentar diferentes formas, de esferas à cubos,e acredita-se que a liberação de íons Ag+ (essa liberação também varia de acordo com o tamanho e o formato das NPs) pelas nanopartículas seja o fator principal para a morte celular, por gerar estresse oxidativo. Entretanto, embora as nanopartículas de prata já tenham sido testadas como agentes antiparasitários na cultura de giardia, não foi elucidada a ação desse material sobre esses protozoários. Nesse sentido, surge nossa questão de pesquisa: qual o efeito morfo-fisiológico das nanopartículas de prata em protozoários como a giardia?