PROJETOS

O alumínio é um metal indispensável para a atualidade uma vez que pode ser utilizado como matéria-prima para diversos produtos industriais, entre eles: embalagens de alimentos e bebidas, rodas de carros, materiais de construção, peças de aviões, partes de celulares, panelas e outros utensílios de cozinha, cadeiras de rodas, etc. Para se obter o alumínio na forma que conhecemos, é necessário um processamento industrial que envolve desde a extração do minério bauxita, seu refino por meio do Processo Bayer, e a consequente obtenção de alumina (Al2O3), para esta ser posteriormente convertida em alumínio metálico. O Processo Bayer, além de produzir a alumina, também gera uma quantidade significativa de um resíduo chamado Lama Vermelha ou Red Mud, que representa um grande desafio para as indústrias de refino de bauxita, que precisam descartá-la sem prejudicar o meio ambiente. Sendo assim, o objetivo geral do presente estudo foi caracterizar uma amostra de lama vermelha que foi coletada em fevereiro de 2018 na Companhia Brasileira do Alumínio (CBA). O resíduo foi caracterizado quanto à composição química, mineralógica e testes de lixiviação e solubilização. O resíduo apresentou uma predominância dos seguintes compostos: Fe2O3, Al2O3, SiO2, Na2O, CaO e TiO2. As principais fases cristalinas encontradas foram: gibsita, diáspora e boehmita. No teste de solubilização, a amostra apresentou concentração de alguns elementos acima do limite permitido pela norma, foram eles: alumínio total, cromo total, fenóis, sódio total e surfactantes. Já no teste de lixiviação, todos os parâmetros estavam abaixo dos limites definidos pela norma. Na etapa de tratamento da lama, a remoção da alcalinidade foi realizada com sucesso após três lavagens com água destilada. As etapas posteriores de recuperação do ferro, remoção de alumínio e separação das terras raras presentes no resíduo ainda serão realizadas. Em uma análise de estimativa de lucro que a empresa geradora de lama vermelha teria mediante a comercialização de óxido de lantânio e óxido de cério extraídos do resíduo, concluiu-se que caso os óxidos de lantânio e cério fossem 100% recuperados, a empresa poderia lucrar até US$ 984.620 dólares e US$ 1.175.160 dólares por ano, respectivamente.