PROJETOS

O gradativo aumento do desgaste do planeta Terra tem resultado em uma maior preocupação no âmbito acadêmico pela busca de condições de vida fora dos limites terrestres. Entretanto, para que isso seja possível, nós acreditamos que uma das técnicas essenciais a serem efetivadas é o cultivo de sementes. A ideia para o nosso projeto, portanto, surgiu a partir da missão SpaceX, a qual consiste em colonizar Marte até 2025. Em tal projeto, Elon Musk, diretor da empresa, prevê a criação de estufas com plantas em meio à rede de estruturas criadas pelos humanos na sua instalação do planeta. Com base nisso, nosso trabalho consiste em estudar qual seria a influência para o cultivo e desenvolvimento de sementes em Marte de uma das variáveis que interfere diretamente nessa possibilidade: a radiação, especificamente a ultravioleta A. Nós acreditamos que como essa específica radiação tem a capacidade de danificar o DNA de células, causando mutações em células somáticas, as plantas submetidas à essa radiação apresentarão mudanças morfológicas e bioquímicas significativas. No experimento, irradiamos um total de 300 sementes de tomateiro Micro-Tom (Solanum lycopersicium cv. Micro-Tom) durante 7 dias, separadas em dois grupos, um grupo controle (150 sementes), irradiadas por duas lâmpadas LED e um grupo experimental (150 sementes) irradiadas com cinco lâmpadas de UVA 8W e duas LED, recriando uma estufa com um fluxo de radiação UVA semelhante ao de Marte. Programamos um sensor para medição dessa radiação, acoplado a uma placa Arduino. Posteriormente as sementes foram inoculadas in vitro no meio de cultura Murashige e Skoog e quando já germinadas, foram feitas as análises qualitativas e quantitativas dos cultivares, como o comprimento do hipocótilo, das folhas cotiledonares e das raízes; contagem de sementes germinadas e registro da coloração dos brotos. Os resultados gerados irão contribuir não apenas para a colonização e terraformação de Marte, mas também para a produção de alimentos, utilizando a hidroponia e para a retirada de gás carbônico, o qual é um dos principais desafios para se estabelecer a habitação humana devido a sua elevada quantidade na atmosfera (96%). Além disso, por se tratar de uma exposição muito grande de radiação, que nunca fora experimentada por qualquer indivíduo, os resultados obtidos podem contribuir para estudos na área da bioquímica, tendo uma possível expansão do projeto.