PROJETOS

ESTUDO DAS COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS EM PACIENTES COM TRANSTORNO DE DÉFICIT DE ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH) COM INÍCIO DE SINTOMAS PRECOCE E SEUS FAMILIARES

Aluno(a): Júlia Assis Azevedo e Juliana Corio Porto
Prof.(a) Orientador(a): Geisly França Katon
Professora Coorientadora: Sandra M. Rudella Tonidandel
Cientista Qualificada: Carolina Cappi

Ano: 2019

Premiações

Resumo

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) tem uma prevalência estimada de 7,2% da população infantil geral e está associado a um importante prejuízo funcional, sendo que a ausência de tratamento adequada pode determinar um curso negativo ao longo do tempo. Os principais sintomas do TDAH são a desatenção, a hiperatividade e impulsividade e, na infância, muitas vezes, ocorrem em comorbidade com o Transtorno Opositor Desafiante (TOD) e ou Transtorno de Conduta (TC), o que eleva o risco de desenvolver Transtorno de Personalidade Antissocial na vida adulta. Estudos em genética mostram que familiares de sujeitos com TDAH (probandos) têm risco de 2 a 8 vezes maior de apresentar o transtorno e que a herdabilidade do TDAH está entre 75-80%, o que aponta para um importante papel dos fatores genéticos na sua etiologia. Pelo fato de poucos estudos investigaram a ocorrência de transtornos mentais em famílias de pacientes com TDAH, esta pesquisa investigou a presença de sintomas e diagnósticos psiquiátricos em famílias de crianças com TDAH e analisou se existe associação entre estes sintomas e/ou diagnósticos com o perfil da doença no probando. Para investigar esses sintomas, foi aplicado no cuidador principal do probando, uma entrevista de história familiar de transtornos mentais utilizando perguntas da Entrevista Clínica Estruturada para os Transtornos do DSM-5: SCID-5, além da elaboração de um heredograma. A partir desses heredogramas, foram tabulados os dados em uma planilha do excel. Para calcular a frequência de transtornos mentais, estes foram agrupados em classes mais amplas de sintomas e foram investigados quantos familiares de primeiro grau e de segundo grau apresentavam sintomas e diagnóstico. Por fim foi realizada uma comparação da frequência de comorbidades psiquiátricas encontradas neste estudo com estudos epidemiológicos mundiais de TDAH. A partir disso, foi possível notar uma maior prevalência de Depressão, Ansiedade, Alcoolismo e o próprio TDAH nas famílias, enquanto a Bipolaridade, Epilepsia, Esquizofrenia, Demência, Abuso de Heroína, Autismo, Parkinson, Alzheimer e o TOD tiveram menos de 5% de ocorrência.