PROJETOS

Melanoma estressado: tratamento do melanoma humano através da indução de estresse oxidativo com cisplatina e l-butionina-sulfoximina

Aluna: Juliana Martes Sternlicht
Profª. Orientador(a): Carolina Lavini Ramos
Profª Coorientador(a): Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2016

Premiações

Descrição

O melanoma é um câncer de pele com estimativa de 7703 novos casos e 2463 mortes, em 2020, no mundo. Esta neoplasia apresentando estresse oxidativo constante, ou seja, um desequilíbrio nos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS) produzidas majoritariamente na mitocôndria. Quando exacerbado, esse estresse pode levar à apoptose. Dentre as drogas indutoras de estresse oxidativo, temos o quimioterápico, cisplatina e o composto, l-butionina-sulfoximina. Pressupondo-se que alterações genéticas nas mitocôndrias podem provocar diferentes níveis de estresse oxidativo, acredito que, usando-se cisplatina e l-butionina-sulfoximina, os índices de morte celular e estresse oxidativo em células com e sem alteração serão distintos. Para testes, utilizamos células de melanoma humano. Procede-se à desadesão e contagem das células, plaqueamento e tratamento com l-butionina-sulfoximina e cisplatina. Finalmente, as células são incubadas com marcadores fluorescentes de morte celular e ROS, analisando-se por citometria de fluxo. Os resultados mostraram que em células sem alterações mitocondriais a cisplatina aumenta a apoptose, enquanto a l-butionina-sulfoximina provoca um aumento do estresse oxidativo insuficiente para tanto. Já nas células com alterações mitocondriais, observou-se que a amostra com vetor vazio apresenta um índice de morte celular superior às amostras com alelos C e T na região UTR'3 da proibitina após os tratamentos com l-butionina-sulfoximina, cisplatina e l-butionina-sulfoximina com cisplatina. Nos três tipos de células o BSO não aumentou o efeito da cisplatina na morte celular. Dado que não houve aumento na morte de células com e sem alterações mitocondriais após tratamento com cisplatina e l-butionina-sulfoximina, eu concluo que o BSO não é capaz de aumentar a eficácia da cisplatina no tratamento de melanoma, uma vez que o BSO é responsável pela inibição de uma via antioxidante, havendo outras para manter a homeostase. Partindo de registros na literatura de que estresse oxidativo inibe metástase e a alta atividade metastática é um dos principais responsáveis pela agressividade do melanoma, essa atividade será avaliada em células de melanoma humano com e sem alterações mitocondriais, utilizando-se cisplatina e l-butionina-sulfoximina para aumentar os níveis de ROS. Pretendo, ainda, inibir outras vias antioxidantes, tentando trazer uma resposta mais relevante ao tratamento.

Palavras-chave: Melanoma, estresse oxidativo, cisplatina, l-butionina-sulfoximina, alterações mitocondriais