PROJETOS

Doença de Alzheimer - Mantendo o interesse e o prazer pela alimentação

Aluna: Giulia Dematte Szechtman
Profª. Orientador(a): Rita M. S. de Barros e Regina M. Marcók
Profª Coorientador(a): Sandra M. Rudella Tonidandel

Ano: 2016

Premiações

Descrição

Com o envelhecimento a maioria dos idosos apresenta uma redução de suas funções cognitivas e ao mesmo tempo tem-se observado a população cada vez mais chegando em idades avançadas. Uma das patologias mais verificadas em idosos é a doença de Alzheimer (DA), doença progressiva e degenerativa que afeta especialmente a memória e a recordação livre. Aproximadamente 10% dos indivíduos com idade superior a 65 anos e 40% acima de 80 anos apresentam DA. Estima-se que em 2050, mais de 25% da população mundial será idosa, aumentando assim, a prevalência da doença. A DA caracteriza-se pela grande perda sináptica e pela morte dos neurônios, observada nas regiões cerebrais responsáveis pelas funções cognitivas. Evidências recentes demonstram que uma das primeiras regiões afetadas no encéfalo é a área de interpretação dos estímulos olfatórios, prejudicando o paladar e o prazer da alimentação, sendo atualmente, um dos testes utilizados para diagnóstico precoce da DA. Pensando nisto, como fazer com que o idoso, com diagnóstico recente de DA, possa fazer novas relações sensoriais, para a manutenção da memória relacionada ao prazer da alimentação? Minha hipótese é que se usarmos estímulos vindos dos outros sentidos como visão, gustação e tato, que o paciente de Alzheimer reconhece como marcantes em sua vida, poderíamos estimular o sistema nervoso a fazer novas sinapses, antes da perda dos neurônios responsáveis pelo olfato, fazendo com que mantenha o prazer da alimentação por mais tempo e tenha melhor qualidade de vida. Para testar a minha hipótese, numa primeira etapa, pretendo estimular o sistema nervoso, do paciente de Alzheimer, através de estímulos sensoriais. Para isso, desenvolverei um questionário para ser respondido por pacientes recentemente diagnosticados em primeiro estágio da doença, para recolher informações sobre dados clínicos e alimentos relacionados com fatos marcantes de seu cotidiano. Numa segunda etapa, serão realizadas sessões com atividades terapêuticas com estimulação do paladar, visão e gustação, na tentativa de manter a memória relativa aos alimentos e o prazer de ingeri-los. O desafio do meu projeto é que com novas conexões neurais, o idoso possa manter-se por mais tempo com boa qualidade de vida, dignidade pessoal e prazer em atividades relacionadas à alimentação, importante componente social da sua vida.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer, paladar, conexões neurais