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O Cientista Aprendiz, programa de iniciação científica júnior do Dante, firmou importantes parcerias com o Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares (IPEN) e com o Instituto de Química da Universidade de São Paulo (IQ), ampliando as possibilidades experimentais dos projetos desenvolvidos por seus alunos. A colaboração com o IPEN foi articulada por meio do professor dr. Marcus Paulo Raele, pesquisador do Centro de Lasers e Aplicações e pai de uma aluna do Colégio. Já a aproximação com o IQ teve início com o interesse dos próprios estudantes por aprofundar pesquisas na área de produtos naturais.
Como parte das ações da parceria estabelecida, foi ministrado um treinamento aos professores Wayner Klen e Juliana Izidoro, que atuam na orientação de jovens pesquisadores do Cientista Aprendiz. Na ocasião, os docentes aprenderam a operar equipamentos de análise química, como o espectrofotômetro de UV-VIS e a Tomografia de Coerência Óptica (OCT), ferramentas de alto nível utilizadas para caracterização de substâncias. Por questões de segurança, estudantes não podem acessar o IPEN, que abriga um reator nuclear, mas os orientadores fazem a intermediação entre as análises laboratoriais e os projetos dos alunos.
O professor Wayner destaca o impacto direto que o acesso ao IPEN vem trazendo ao programa, com quatro projetos já sendo beneficiados pelo acordo. “Esta parceria tem o potencial de ajudar diversos projetos do Cientista Aprendiz, desde a química até as engenharias. Em geral, boa parte dos projetos passam por etapas de caracterizações de substâncias, demandando o uso de máquinas altamente especializadas e de difícil acesso. Nesse sentido, a oportunidade de colaborar com o IPEN e de utilizar os recursos analíticos de seus laboratórios representa um marco na trajetória do programa.”

No Instituto de Química da USP, os alunos foram acolhidos pelos professores dr. Massuo Jorge Kato e dra. Anelize Bauermeister. Segundo a professora Juliana Izidoro, a parceria foi viabilizada com o protagonismo dos próprios estudantes. “O aluno Henrique Tonini, da 1ª série do Ensino Médio, entrou em contato com diversos pesquisadores e, em uma dessas conversas, a professora Anelize nos convidou para irmos ao IQ.” A visita proporcionou experiências práticas, como extração com metanol, ultrassom e filtração a vácuo, além do uso de técnicas cromatográficas para analisar os extratos obtidos, que serão apresentados na FeNaDANTE 2025.

A docente ressalta a importância estratégica dessa parceria com o IQ para o crescimento do programa. “Há uma grande procura pela área de produtos naturais, tanto pelos alunos da área de química quanto da de biologia e da saúde”, afirma. A professora calcula que cerca de seis projetos que envolvem soluções em fármacos, cosméticos ou produtos agrícolas devem se beneficiar da nova colaboração. A biodiversidade brasileira, segundo ela, é um fator motivador essencial: “Nosso país é muito rico em biodiversidade, o que nos permite explorar diversos tipos de plantas para resolver os nossos problemas de forma cada vez mais sustentável.”
A presença de ex-alunos do Cientista Aprendiz hoje atuando na universidade também inspira os estudantes atuais. A professora Juliana destaca o exemplo de Maria Elisa Teixeira, que hoje cursa Química na USP e faz iniciação científica com o professor Massuo. “Achei esse encontro bem válido, pois os atuais alunos puderam perceber que a pesquisa que eles desenvolvem na iniciação científica júnior pode ter uma continuidade na universidade.”
