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O Museu de História Natural do Dante realizou uma exposição especial sobre o Cerrado brasileiro na semana de 28 de outubro a 1º de novembro. Chamado “Cerrado, o coração do Brasil”, o evento tinha como objetivo apresentar um dos mais ricos biomas do mundo para os alunos. Afinal, o Cerrado ocupa ¼ do território brasileiro, com mais de 2 milhões de quilômetros quadrados, e abriga 5% de toda a biodiversidade do planeta, sendo 30% de todas as espécies do Brasil, além de três das maiores bacias hidrográficas do continente. No entanto, a região é uma das menos protegidas do país e a que mais sofre com a intervenção humana, com muitas espécies de fauna e flora ameaçadas ou em risco de extinção, mais da metade de sua vegetação natural eliminada e um desmatamento cinco vezes mais rápido do que o da Amazônia, de acordo com estudos do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia.
“A ideia de desenvolver a exposição sobre o Cerrado no museu foi possibilitar a toda a comunidade escolar mais conhecimento e compreensão sobre a importância de manter sua biodiversidade”, explica a bióloga Ana Paula Fioretti, supervisora do Museu de História Natural. “Os serviços ambientais fornecidos pelo Cerrado garantem a sobrevivência de sua fauna e flora, mas também são indispensáveis à população humana brasileira, como a água de seus rios, que abastece muitas cidades e gera grande parte da energia elétrica consumida no país”, comenta ela. “Além disso, o Cerrado é um bioma que se conecta com outros quatro importantes biomas brasileiros, fazendo a ponte entre o Pantanal, a Amazônia, a Caatinga e a Mata Atlântica. Se ele for destruído, isso afetará diretamente todos os demais”, complementa a bióloga Giovana Castro Oliveira, também da equipe do museu.
Entre as atividades da exibição, havia dois vídeos educativos, um do programa Repórter Eco, da TV Cultura, e outro da WWF, além da montagem interativa de um diorama do bioma para que as crianças colocassem plantas e animais nos locais que habitam, origami de aves locais, como a seriema e o carcará, e brincadeiras como um jogo de bingo e um álbum de figurinhas, além de conteúdo explicativo sobre animais típicos da região, como o lobo-guará, o tatu-canastra e o tamanduá-bandeira. A onça-pintada, a ema e a anta também não ficaram de fora. Os animais do Cerrado impressionam com suas características superlativas: “A anta é o maior mamífero herbívoro do Brasil e chega a pesar 250 quilos. Com o desmatamento, às vezes as antas atravessam estradas e, infelizmente, podem causar graves acidentes e morrerem atropeladas”, conta Giovana. “Já o tatu-canastra chega a medir um metro e meio e pesar até 60 quilos, e o lobo-guará, que é um animal dócil, diferente do que muitos podem pensar, é o maior canídeo de toda a América do Sul, podendo chegar aos 30 quilos. A anta e o lobo-guará são muito importantes para o meio ambiente, sendo considerados como os jardineiros da floresta, porque espalham sementes de muitas plantas”, diz a bióloga.