Ex-dantiano faz mestrado em Milão, na tradicional Bocconi

Publicado em 17 de outubro de 2018 às 11:02
Categorias: , ,

O Dante Alighieri sempre busca valorizar seus ex-alunos e suas raízes italianas. Por isso, foi com muita alegria que o Colégio ficou sabendo da carreira acadêmica de Daniel Ruiz, formado no Dante no ano do centenário (2011), que, depois de ter se formado em economia pela Universidade de São Paulo, agora cursa mestrado na respeitada Universidade de Bocconi, em Milão. Fundada em 1902, a universidade tem tradição na área de economia e finanças e é reconhecida como uma das melhores instituições de ensino do mundo.

Daniel faz parte da primeira turma do programa de mestrado em ciência de dados e análise de negócios da Bocconi. Trata-se de um programa que combina estatística, programação e economia, com o objetivo geral de ensinar a gerar informação a partir de bases de dados muito grandes (chamadas de “big data”) e a tomar decisões estratégicas melhores usando essa informação.

Entrevistamos Daniel para saber mais sobre sua vida de estudante na Itália. Confira!

Há quanto tempo você mora na Itália? Do que mais gosta na vida aí?
Eu morei na Itália por seis meses em 2016, durante um intercâmbio, e desta vez estou aqui desde o final de agosto. Gosto muito do estilo de vida. As pessoas trabalham e estudam muito aqui em Milão (a biblioteca da universidade lota de sábado e domingo), mas também aproveitam muito. Há muitos parques e museus, e sempre acontece uma feira ou um show. As pessoas frequentam esses espaços, que costumam lotar nos dias quentes. A experiência culinária para mim é a melhor parte. Os italianos levam comida a sério, e até os lugares mais simples querem fazer um trabalho para sentir orgulho. As cantinas e pizzarias daqui, e também as padarias e confeitarias, são inacreditáveis.

Por que você decidiu estudar na Itália? Ter estudado em uma escola italiana como o Dante influenciou sua decisão?
Eu decidi estudar na Itália duas vezes: pela primeira vez durante a graduação, quando eu decidi fazer intercâmbio, e pela segunda vez para fazer mestrado. Na primeira, decidi na véspera da abertura do edital. Originalmente, queria ir para a Alemanha, mas no último segundo mudei de ideia. Já tinha tirado o certificado de alemão e impresso o formulário para entregar na secretaria, mas pensei que seria bom aprender a falar italiano bem e conhecer a terra da minha família. Também pensei no Dante nessa hora. A tradição pesou. Imprimi de novo o formulário, dessa vez escolhendo uma faculdade italiana. Encontrei um país incrível e cheio de oportunidades. Quando eu decidi fazer mestrado, o principal fator foi a universidade.

Por que você escolheu a Bocconi?
Eu decidi fazer uma pós-graduação no exterior. Escolhi a Bocconi por conta do programa e da minha experiência positiva durante o intercâmbio. Eu sabia exatamente o que eu queria estudar, então pude procurar programas bem específicos. A Bocconi lançou este ano um programa novo de ciência de dados. Quando eu olhei a grade curricular, havia todas as matérias que eu queria. Então eu me identifiquei. A minha experiência durante o intercâmbio também contribuiu muito para essa decisão. Gostei muito do sistema de ensino voltado para a aplicação e do ambiente fortemente internacional.

Como é o processo de admissão nessa universidade? É muito diferente do brasileiro?
O processo de admissão para o mestrado da Bocconi é bem diferente do processo das universidades de negócio brasileiras, que é muito parecido com o vestibular. Os candidatos, no Brasil, fazem uma prova técnica de múltipla escolha, que é aplicada uma vez ao ano. Existe cursinho preparatório, e os candidatos são chamados exclusivamente com base no resultado dessa prova. A Bocconi é mais holística. Eles avaliam o desempenho acadêmico do aluno e também o que ele faz fora da faculdade. Quem fez graduação lá tem algumas facilidades. Cada programa pode ter requisitos específicos. Para avaliar o desempenho acadêmico, a banca pede o histórico escolar completo do bacharelado, incluindo ranking de formatura, trabalho de conclusão de curso em inglês e a nota em uma prova global de matemática e linguagem, como o GMAT ou o GRE. Fluência em inglês tem que ser comprovada com o TOEFL ou um diploma de High School. A banca também acha superimportante entender um pouco mais de cada candidato, de ir além das notas. Eles querem conhecer um pouco da história e das aspirações de cada um para garantir que os selecionados vão fazer bom uso dos programas. É preciso gravar entrevistas online, preparar um currículo e escrever uma carta justificando a sua escolha de programa.

Suas aulas são em italiano? Você teve que estudar o idioma?
Eu estudei italiano no Dante durante o Ensino Fundamental. Aprendi a gramática, mas fiquei sem falar nada por muito tempo. Fiquei surpreso, mas esse primeiro contato me ajudou muito. A Bocconi oferece aulas de italiano como parte do programa. Quando eu cheguei aqui pela primeira vez, fiz o teste de nivelamento e pude começar em uma turma intermediária. Hoje as minhas matérias obrigatórias são em inglês, mas algumas matérias optativas e palestras são ministradas apenas em italiano. A principal vantagem de falar italiano é viver melhor. Fora da universidade muito conteúdo não tem tradução, e as pessoas são sempre mais espontâneas falando o próprio idioma.

Que dica você daria para um colega que pensa em estudar fora?
Diria que se planejando é possível. A Europa tem muitas instituições de ensino excelentes à procura de estudantes capazes de representar o seu país no exterior. Quem estudou no Dante está preparado. As oportunidades existem para todos os perfis e vão de cursos de verão a graduações e pós-graduações. Muita gente se inibe porque não sabe por onde começar. Pesquisar quais faculdades são boas na área que você quer e o que é necessário para entrar lá já é um primeiro passo excelente. Também diria que é um desafio que vale a pena. As universidades daqui tem um fluxo muito grande de estudantes europeus e também dos demais continentes. Então, elas têm um corpo discente extremamente internacional e multicultural. Viver em um ambiente assim é um aprendizado enorme todos os dias.

O que você quer fazer quando se formar? Pretende voltar ao Brasil?
Ainda estou fazendo os planos para depois da formatura. Quero trabalhar com estratégia e aplicar o que eu estou aprendendo. São Paulo é a minha casa. Daqui a dois anos, quando eu me formar, vai bater a saudade.

, ,
Liceo Scientifico, opzione Scienze Applicate - Scuola Paritaria Italiana Cambridge - English Qualifications Mizzou - University of Missouri
error: Conteúdo protegido!!