Departamento de História promove aula na Pinacoteca

Publicado em 21 de maio de 2010 às 18:50
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Por Caio Tabarin Stancati e Marcella Chartier

Um grupo de 36 alunos da 3a série do Ensino Médio, acompanhados por seis professores do Departamento de História (Linda Della Manna, Jackson de Farias, Diego López Silva, Christian Gilioti, Edson Junior e Carlos Roberto Diago), fizeram uma visita à Pinacoteca do Estado no dia 18 de maio. O passeio foi a primeira das quatro aulas do módulo “Do sonho ao pesadelo (1960 a 1985)”, dirigido especialmente aos alunos que participaram dos módulos anteriores. Os demais encontros ocorrerão nas terças-feiras seguintes (o segundo, inclusive, já aconteceu, no dia 25), no auditório Guglielmo Raul Falzoni.

O principal assunto discutido nessa primeira aula, que começou no mesmo auditório antes de a turma seguir para a Pinacoteca, foi a ditadura militar no Brasil e em outros países da América Latina.

Na Pinacoteca, os alunos foram divididos em três grupos, que se revezaram na visita às mostras dos artistas Andy Warhol e Candido Portinari, e ao antigo Dops (Departamento de Ordem Política e Social), local onde os acusados de serem contra o regime militar eram presos e torturados. “Os monitores da Pinacoteca, que foram dispensados, pediram para acompanhar os grupos para ouvir as explicações dos professores”, afirma o prof. Diago.

A observação das obras de Andy Warhol e Portinari, produzidas na época estudada no módulo, foi útil para que os alunos pudessem contextualizar os fatos e ideias daquele momento, tanto no Brasil quanto no exterior. Enquanto Warhol mostrava, em seus trabalhos, o jeito de ser americano, cuja essência nos remete ao fetichismo da mercadoria e ao poder do capitalismo, Portinari se preocupava em retratar o brasileiro em sua simplicidade. Tais extremos coexistiram em uma época em que ideais políticos ultrapassaram os limites e cidadãos perderam o estado de direito.

Já no Dops, os alunos percorreram as celas onde eram mantidos os presos políticos. Ali, tiveram a oportunidade de ouvir depoimentos chocantes de sobreviventes, como o seguinte, sem identificação: “Jogaram essa moça na cela e eu fui segura-lá porque era visível que ela tinha sofrido tortura. Ao encostar na sua cabeça, a minha mão se encheu de sangue. Pelo estado em que ela estava, foi retirada da cela. Achei que tivesse morrido. Mais de 30 anos depois, tive o prazer de reencontra-lá por meio de e-mails. Aquilo para mim foi único”.

As próximas aulas terão duração de 4 horas cada uma. Nelas, serão usados recursos de áudio e vídeo, como é comum nos módulos, e os professores se revezarão, sendo que cada um ficará responsável por um contexto histórico do período estudado.

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