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Em março, os alunos do 6º ano do Ensino Fundamental visitaram a exposição de Jean-Michel Basquiat, artista nova-iorquino de ascendência afro-caribenha que misturava artes plásticas tradicionais, como a pintura em tela, à arte de rua do grafite. Considerado um dos artistas mais importantes da segunda metade do século XX, Basquiat foi apadrinhado por Andy Warhol e fazia uma arte politizada, denunciando o racismo.
A visita ao Centro Cultural Banco do Brasil foi bastante planejada e alinhada ao que as crianças vinham estudando em classe, fazendo com que os alunos chegassem à exposição muito bem preparados.
“Estamos estudando arte urbana, grafite, tag reto, a diferença entre pixação com “x” e pichação com “ch”. E todas essas expressões vieram da cultura americana do hip hop, que nasceu em Nova York bem na época de Basquiat. Temos um projeto interdisciplinar cujo objetivo é ver a cidade e de fato enxergar São Paulo com mais atenção, dando destaque para esta arte urbana e os grafiteiros locais, como Mauro Neri, Binho Ribeiro, Cranio, Os Gêmeos, Kobra…”, explica a professora de artes plásticas Valéria Leite, que dá aula para o 6º e o 7º ano e acompanhou a visita à exposição.
E o projeto deu certo. Agora, as crianças já desenvolveram outro olhar sobre a cidade que habitam e passaram a prestar mais atenção à arte de rua de São Paulo. “Um dos alunos falou que agora, quando anda de carro, fica reparando nos grafites que encontra pelo caminho. Antes, ele só ficava no celular”, comemora Valéria. Para os alunos do 7º ano, o projeto vai abordar artes gráficas com cartazes e lambe-lambes, com uma visita à Gráfica Fidalga, que possui maquinário do século XVIII ainda em funcionamento.
